Apelo à 'mulherada' e ataque a Dilma marcam comício de Aécio

Ato em quadra de escola de samba de Porto Alegre é marcado por ironias do vice de Marina Silva à saúde da presidente; animador pede atenção de mulheres a candidato

18 out 2014 - 13h02
(atualizado às 13h07)
<p>Comício do candidato à Presidência pelo PSDB, Aécio Neves, em Porto Alegre, neste sábado, 18 de outubro</p>
Comício do candidato à Presidência pelo PSDB, Aécio Neves, em Porto Alegre, neste sábado, 18 de outubro
Foto: Janaina Garcia / Terra

Provocações à presidente e candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT) e uma série de evocações ao ex-presidente Tancredo Neves marcaram neste sábado um comício do candidato à Presidência pelo PSDB, Aécio Neves, em Porto Alegre – berço político de Dilma e onde a petista venceu no primeiro turno (43% contra 41% do tucano).

O ato aconteceu na quadra de uma escola de samba da zona norte da capital gaúcha e reuniu políticos do Estado aliados de Aécio neste segundo turno – como o vice de Marina Silva no primeiro turno, o deputado federal Beto Albuquerque (PSB), a candidata derrotada ao governo, senadora Ana Amélia (PP), o senador (derrotado à reeleição) Pedro Simon e o candidato ao governo José Ivo Sartori (ambos do PMDB).

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Logo no início, Albuquerque fez menção ao mal estar sofrido pela presidente, há dois dias, após o debate realizado no SBT. A petista falava ao vivo com uma repórter da emissora quando teve uma crise glicêmica, segundo sua equipe. Ao ser atendido pela plateia para aplaudir os políticos do palco, o parlamentar ironizou: “O Tarso não ouviu”. Em seguida, pediu: “A Dilma está com pressão alta, também não ouviu”. A plateia atendeu e gargalhou.

O ato aconteceu na quadra de uma escola de samba da zona norte da capital gaúcha e reuniu políticos do Estado aliados de Aécio neste segundo turno
Foto: Janaina Garcia / Terra

“O Brasil que queremos não é o Brasil do Collor, do Sarney, do Jader Barbalho - que são os grandes aliados do PT nessa eleição”, atacou o pessebista.

Em um discurso longo e inflamado, Simon, ex-ministro da Agricultura de Tancredo, avô de Aécio, classificou o tucano como “a última esperança do Brasil hoje” e disse que ele “está muito além hoje do PSB”. “Aécio representa hoje mais do que Tancredo representou”, discursou. “Ele é a salvação do nosso Brasil”, reforçou.

Na plateia, eram comuns adesivos, faixas, camisetas e adesivos com mensagens antipetistas –entre as quais, “Fora Dilma e leve o PT junto”, “#DilmaVaiPerder” e Taca-le pau Aécio” – com a imagem do tucano em um trator.

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O animador de plateia do evento também ironizou Dilma ao dizer a Aécio: “O senhor não tem ponto no ouvido; o senhor é experiente e não usa ponto nos debates”. Esta semana, circulou nas redes sociais uma foto de Dilma com um ponto no ouvido e a informação de que o dispositivo teria sido usado no debate da TV Bandeirantes, na última terça-feira. O PT desmentiu e disse que sequer viabilidade técnica haveria para isso.

Aécio ganhou uma cuia de chimarrão no palco. Em nova intervenção, o animador pediu que a plateia se manifestasse: “Olha para o Aécio, gente! Especialmente a mulherada”. No discurso, o candidato agradeceu a votação de primeiro turno “dos brasileiros e dos gaúchos que foram às urnas” e se disse representante “dos valores cristãos e da família”.

A Simon, o tucano também citou o avô Tancredo: “Pela sua história de vida, por seus exemplos e por um momento tão singular que só eu vivi: a última vez que Tancredo, acamado, pegou uma caneta foi para assinar o documento do ato de nomeação do gaúcho Pedro Simon para seu ministério”, disse.

O tucano ainda deu uma ideia do que deve ser a semana final de campanha nos embates entre ele e Dilma nos debates restantes – amanhã, na TV Record, e quinta-feira, na Rede Globo: “Me preparei com para propostas, mas não pensem que a ofensa deixará de ser respondida”.

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Fonte: Terra
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