Após anunciar 3, Aécio pode criar outros "superministérios"

6 ago 2014 - 19h38
(atualizado às 20h15)

O candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, anunciou três superministérios que implantará se for eleito e outros poderão ser anunciados nas próximas semanas, já que o mineiro tem dito que pretende administrar com no máximo 23 pastas e, portanto, fusões de áreas estão em estudo.

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Nos últimos dias, Aécio anunciou o superministério da Infraestrutura, que abarcaria as áreas de transportes terrestres, portos e aeroportos e talvez energia; o superministério da Agricultura, que seria composto também pela Pesca; e o superministério da Justiça e Segurança Pública, que pode incluir áreas que têm status de ministério hoje, como os Direitos Humanos.

Um dos estrategistas da campanha tucana  disse que podem surgir superministérios em outras áreas, já que haverá fusões de pastas para chegar à meta de redução dos atuais 39 ministérios para 23. Segundo ele, entretanto, esse desenho ainda não está concluído.

O ex-governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia, está encarregado de fazer o novo desenho administrativo de uma eventual gestão tucana, mas ainda não o concluiu.

"O que não dá é para continuar despachando com quase 40 ministros", disse esse estrategista, que falou sob condição de anonimato.

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"E mesmo com a fusão de áreas o que queremos deixar claro é que não haverá descontinuidade das políticas públicas. Não é porque não haverá Ministério da Pesca que as políticas para os pescadores serão interrompidas", argumentou.

O estrategista explica ainda que Aécio quer que o ministro da Infraestrutura possa articular os investimentos em logística de forma integrada, sem ter, por exemplo, um representante para portos e outro para aeroportos.

"Quanto mais ministérios, maior a disputa por poder e dinheiro", explicou o estrategista.

Há meses o tucano fala da redução do tamanho do governo federal, mas vinha evitando detalhar quais pastas deixariam de existir por temer resistência de setores que hoje são beneficiados por pastas específicas.

Questionado sobre o papel da Casa Civil num eventual governo tucano, o assessor disse que ainda não está claro qual o papel desse ministério.

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No governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a Casa Civil passou a ter um papel central da administração, tanto que seus ocupantes eram apontados como os "primeiros-ministros" do governo. Foi assim com José Dirceu, que acabou deixando o posto por causa do escândalo do mensalão, esquema de compra de base parlamentar pelo qual ele foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

A relevância da pasta prosseguiu com a presidente Dilma Rousseff, mas com perfil mais gerencial. Quando Dilma assumiu em 2010, tentou manter o perfil forte da pasta, nomeando Antonio Palocci, que deixou o governo no primeiro semestre de 2011 após ser revelado que ele prestava consultoria para empresas que poderiam firmar contratos com o governo.

"Não me parece ser esse o perfil que o Aécio quer. Mas isso ainda não está fechado", disse o estrategista.

Coligações partidárias: Dilma, Aécio e Eduardo Campos

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