Autor de texto contra Dilma, banco doou R$ 2 mi a PT e PSDB

Santander fez análise financeira aos seus clientes contra a presidente Dilma Rousseff

25 jul 2014 - 17h33
(atualizado às 21h23)

Nas eleições de 2010 o Banco Santander doou R$ 2 milhões para as campanhas presidenciais do PSDB e PT, de acordo com as informações disponibilizadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em uma análise financeira emitida aos clientes Select – de maior renda-, a instituição financeira espanhola afirmava que a queda da presidente Dilma Rousseff nas pesquisas representava uma melhoria nos índices econômicos.

Ambas as doações de R$ 1 milhão, cada, foram realizadas no mesmo dia, 15 de outubro de 2010, por meio de transferência eletrônica, com os valores destinados aos comitês financeiros para presidente da República. 

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Ainda de acordo com as informações do TSE, o Santander também doou outros R$ 800 mil para a Direção Nacional do PMDB, no dia 27 de setembro de 2010. 

Sobre a análise financeira, em nota o banco pediu desculpas aos seus clientes afirmando que o texto não tem viés político ou partidário. A mensagem enviada no comunicado Você e Seu Dinheiro publicado com o extrato dos clientes Select diz que o crescimento de Dilma nas pesquisas pode provocar um cenário de “reverção”.

"Se a presidente se estabilizar ou voltar a subir nas pesquisas, um cenário de reversão pode surgir. O câmbio voltaria a se desvalorizar, juros longos retomariam alta e o índice da Bovespa cairira, revertendo parte das altas recentes", diz o texto. 

O comunicado afirma que "a quebra de confiança e o pessimismo crescente em relação ao Brasil em derrubar ainda mais a popularidade da presidente, que vem caindo nas últimas pesquisas, e que tem contribuído para a subida da Ibovespa".

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Em nota, o Santander afirmou que "adota critérios exclusivamente técnicos em todas as análises econômicas, que ficam restritas à discussão de variáveis que possam afetar os investimentos dos correntistas, sem qualquer viés político ou partidário".

"O texto veiculado na coluna ‘Você e Seu Dinheiro’, no extrato mensal enviado aos clientes do segmento Select, pode permitir interpretações que não são aderentes a essa diretriz. A instituição pede desculpas aos seus clientes e acrescenta que estão sendo tomadas as providências para assegurar que nenhum comunicado dê margem a interpretações diversas dessa orientação", diz a nota.

Santander pede desculpas à presidente 

Na noite desta sexta-feira, o Banco Santander, por meio de nota, pediu desculpas pelas críticas feitas à presidente Dilma Rousseff. O Santander afirma que a análise divulgada pelos funcionários "não reflete, de forma alguma, o posicionamento da instituição”. 

“O referido texto feriu a diretriz interna que estabelece que toda e qualquer análise econômica enviada aos clientes restrinja-se à discussão de variáveis que possam afetar a vida financeira dos correntistas, sem qualquer viés político ou partidário. Sendo assim, o Banco pede desculpas aos clientes que possam ter interpretado a mensagem de forma diversa dessa orientação, e reitera sua convicção de que a economia brasileira seguirá sua bem-sucedida trajetória de desenvolvimento”, avisa o Santander.

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O banco também informou que a análise foi enviada apenas para uma pequena base de clientes da instituição, que representa apenas 0,18%.  

Veja o aviso completo publicado na homepage do banco espanhol:

“O Santander Brasil vem a público esclarecer que o texto enviado a um segmento de clientes, que representa apenas 0,18% de nossa base, em seu extrato mensal, e repercutido por alguns meios da imprensa hoje, não reflete, de forma alguma, o posicionamento da instituição. O referido texto feriu a diretriz interna que estabelece que toda e qualquer análise econômica enviada aos clientes restrinja-se à discussão de variáveis que possam afetar a vida financeira dos correntistas, sem qualquer viés político ou partidário. Sendo assim, o Banco pede desculpas aos clientes que possam ter interpretado a mensagem de forma diversa dessa orientação, e reitera sua convicção de que a economia brasileira seguirá sua bem-sucedida trajetória de desenvolvimento.”

Guia do eleitor

Coligações partidárias: Dilma, Aécio e Eduardo Campos

Fonte: Terra
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