Alemanha: partidos oficializam candidaturas para eleição antecipada

11 jan 2025 - 19h51
(atualizado às 20h11)

SPD e AfD confirmaram a indicação de Olaf Scholz e Alice Weidel, respectivamente, para disputar o pleito antecipado de fevereiro. CDU de Friedrich Merz também se reúne em HamburgoTrês dos principais partidos da Alemanha oficializaram neste sábado (11/01) seus programas e candidatos para as eleições nacionais que acontecem no país em 23 de fevereiro.

O chanceler federal alemão, Olaf Scholz, vai disputar o cargo novamente, apesar de sua baixa popularidade.
O chanceler federal alemão, Olaf Scholz, vai disputar o cargo novamente, apesar de sua baixa popularidade.
Foto: DW / Deutsche Welle

Eleições antecipadas em todo o país foram convocadas após o colapso da coalizão de três partidos do chanceler federal alemão, Olaf Scholz, de centro-esquerda, em novembro.

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Faltando apenas seis semanas para o pleito, o Partido Social-Democrata (SPD), reuniu-se em uma conferência partidária na capital Berlim, onde confirmou o nome do Scholz como seu principal candidato e adotou um manifesto eleitoral.

"Há muita coisa em jogo", disse Scholz ao público, descrevendo as dificuldades da economia alemã como uma encruzilhada. "Estamos lutando para preservar e renovar a marca de sucesso 'feito na Alemanha' - para as pessoas comuns em nosso país. Então, vamos lutar", disse ele.

Ao terminar, os 600 delegados o celebraram com uma ovação de pé por seis minutos e meio. Com baixa popularidade, o chanceler enfrenta uma tarefa difícil para conquistar uma fatia maior do eleitorado. O SPD está em terceiro lugar nas pesquisas, atrás dos conservadores Democratas Cristãos (CDU) e da Alternativa para a Alemanha (AfD), de ultradireita.

Ultradireita defende deportação

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A AfD também se reuniu neste sábado, na cidade de Riesa, no leste da Alemanha, para sua conferência de dois dias, na qual escolheu a líder do partido, Alice Weidel, como sua candidata a chanceler nas eleições. Cerca de 10.000 manifestantes contrários à sigla protestaram do lado de fora, atrasando o início da conferência em duas horas por meio de bloqueios nas ruas.

Apesar do avanço da AfD nas pesquisas, a candidatura de Weidel, apoiada pelo bilionário Elon Musk, não deve conduzi-la ao poder. Isso porque as demais siglas, até o momento, seguem rechaçando a ideia de formar uma coalizão com a ultradireita.

Na conferência, Weidel disse aos delegados que, se a AfD estiver no poder, o país assumiria uma política de deportação em larga escala de migrantes, transmitindo a mensagem de que "as fronteiras alemãs estão fechadas".

CDU foca em política econômica

Já o comitê executivo da conservadora CDU se reuniu para concluir sua reunião estratégica de dois dias a portas fechadas na cidade de Hamburgo, no norte da Alemanha.

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Friedrich Merz, líder do partido e principal candidato a substituir Scholz após a eleição, apresentou os resultados em uma coletiva de imprensa. Merz enfatizou que o "foco absoluto" da CDU na campanha eleitoral é a política econômica.

Merz prometeu um "clima diferente na Alemanha" se seu partido liderar uma coalizão. "Estamos prontos para assumir a responsabilidade por nosso país. Mas também sabemos que as coisas não podem continuar como estão nos últimos três anos", disse. "É necessária uma mudança fundamental na política econômica, no mercado de trabalho, na migração, na segurança interna e em partes da política externa e de segurança", completou.

Pesquisas apontam vitória da CDU

Uma pesquisa do instituto alemão Insa divulgada neste sábado pelo jornal Bild, mostra um avanço de 2 pontos percentuais da AfD, chegando a 22% das intenções de voto - a maior fatia do eleitorado alcançada pela sigla em um ano de pesquisas, segundo o diretor do instituto, Hermann Binkert.

Já a CDU recuou 1 ponto e ficou em 30%, seu resultado mais fraco desde o final de outubro. A Aliança Sahra Wagenknecht (BSW), um partido populista de esquerda em ascensão que leva o nome de seu líder, caiu um ponto para 6% na pesquisa.

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Os outros partidos permaneceram inalterados, com 16% para os social-democratas de Scholz, 13% para os Verdes e 4% para o Partido Democrático Liberal. A sigla A Esquerda aparece com 3% das itnenções de voto.

A pesquisa do Insa foi realizada de 6 a 10 de janeiro com 1.209 eleitores. A margem de erro é de 2,9 pontos percentuais.

gq (dpa, afp, ots)

A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas.
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