Quase uma semana após a divulgação de que o Santander enviou uma análise da economia brasileira criticando o governo federal, o banco encaminhou uma carta aos clientes do grupo Select um novo pedido de desculpas. A análise relaciona a queda da presidente Dilma Rousseff nas pesquisas eleitorais como a melhora na economia.
"Se a presidente se estabilizar ou voltar a subir nas pesquisas, um cenário de reversão pode surgir. O câmbio voltaria a se desvalorizar, juros longos retomariam alta e o índice da Bovespa cairia, revertendo parte das altas recentes", diz o texto.
Assinada pelo vice-presidente executivo do varejo do banco, Conrado Engel, a carta encaminhada aos mesmos clientes nesta semana esclarece que a nota sobre a evolução da economia, na coluna "Você e seu dinheiro", não reflete a posição do Santander. "Esclarecemos que, de forma alguma, a nota reflete uma posição do banco com relação ao cenário político, e pedimos desculpas se seu teor dá margem a interpretações nesse sentido".
A nota também reforça que o banco adota critérios técnicos nas análises econômicas. E que elas são feitas sem qualquer viés político ou partidário. "Foram tomadas providências para assegurar que nenhum futuro comunicado dê margem a interpretações diversas dessa orientação".
Para tentar amenizar as relações com o governo federal, o presidente mundial do Santander, Emilio Botín, confirmou nesta semana que uma pessoa foi demitida do Santander Brasil devido a uma nota a clientes com comentários sobre o governo.