Ao contrário de outros debates, o encontro entre candidatos ao governo de São Paulo teve uma plateia esvaziada, menos reações e poucas provocações nos bastidores.
Enquanto o debate presidencial na Band teve briga entre aliados do ex-presidente Lula (PT) e do presidente Jair Bolsonaro (PL) e o encontro entre os candidatos ao governo de São Paulo da TV Cultura foi marcado pelo episódio de agressão contra a jornalista Vera Magalhães, o debate do SBT, Estadão/Eldorado, Terra, Veja e Nova Brasil foi bem mais tranquilo.
Em poucos momentos, foi possível ouvir aplausos em resposta a atuação dos candidatos nos embates, como ocorreu quando Fernando Haddad (PT) acusou o atual governador do Estado, Rodrigo Garcia (PSDB), de esconder seus padrinhos políticos como João Doria, Gilberto Kassab e Celso Pitta.
As mais 'animadas' da plateia eram as mulheres convidadas por Rodrigo Garcia para compor a plateia, como a delegada da Polícia Civil Elizabeth Sato, a secretária de Desenvolvimento econômico, Zeina Latif, a procuradora-geral do Estado, Ines Coimbra, a secretária de Desenvolvimento Social, Laura Machado, e a vereadora Sandra Tadeu (DEM), que algumas vezes 'conversava' com o telão, respondendo sozinha às acusações dos candidatos contra Garcia.
E partiu dessa ala a provocação contra Tarcísio de Freitas (Republicanos) para que ele "voltasse para o Rio", uma referência à cidade natal do candidato.
Na saída do debate, Tarcísio repercutiu a provocação que aconteceu nos bastidores. "Isso é bobagem. Acho que sou um cara do Brasil. Passei minha vida toda viajando pelo Brasil; morei pelo Brasil todo. (...) Minha campanha está sendo muito bem recebida. O paulista não teve nenhum preconceito comigo, me abraçou. Sou completamente grato a esse Estado, independente de qualquer resultado, porque é um estado que me acolheu, me tratou com respeito, com muito carinho."
E, dessa vez, o nome do candidato não se envolveu em polêmicas como no debate da TV Cultural, em que um convidado da campanha, o deputado Douglas Garcia (Republicanos), hostilizou a jornalista Vera Magalhães.
Ao Terra, Felício Ramuth, candidato a vice-governador de Tarcísio, considerou o debate equilibrado e respeitoso. Ele, no entanto, não perdeu a oportunidade de criticar Rodrigo Garcia, que está tecnicamente empatado com Tarcísio nas pesquisas, por ter levado convidadas mulheres com ele. "Para mim me soa como uma demagogia", opinou.
Sandra Tadeu - a que por vezes respondia o telão que transmitia o debate - rebateu a campanha de Tarcísio. "Demagogia é o que eles fazem. Tiraram todo o investimento da pesquisa das universidades, o governo quase que matou toda a população desse País porque não quis trazer a vacina", criticou, mencionando o presidente Bolsonaro, padrinho político de Tarcísio em São Paulo.
Além da falta de reações mais efusivas nos bastidores, também chamou atenção o espaço dedicado à campanha de Elvis Cesar (PDT). Durante boa parte do debate, o local ficou completamente vazio.
Ao Terra, o coordenador da campanha de Elvis Cesar, Carlos Zicardi, negou que o local estava vazio por falta de gente, e culpou o forte ar condicionado do local para justificar uma 'fuga em massa' do pessoal da campanha para uma área mais central da plateia, sem indicações de partidos.
"Não, não, não está vazio. O que aconteceu foi o seguinte: o pessoal nosso está na bancada do meio. Eu, o advogado e mais o pessoal do marketing está no auditório principal. Nós achamos aquele spaço muito reservado, e inclusive o ar condicionado está muito forte. Então, o nosso pessoal preferiu ficar no meio, até para ficar de frente ao telão", explicou.
Assista ao debate de SP na íntegra: