'Beijaços' contra Levy Fidelix já têm milhares de adeptos

29 set 2014 - 10h56
(atualizado às 14h01)
<p>Beijaço realizado em março de 2013 como forma de ironizar a conduta do deputado Feliciano</p>
Beijaço realizado em março de 2013 como forma de ironizar a conduta do deputado Feliciano
Foto: J. Duran Machfee / Futura Press

Levy Fidelix ultrapassou todos os limites do bom senso. No debate presidencial realizado neste domingo pela TV Record, o candidato do PRTB afirmou que "aparelho excretor não reproduz" ao se posicionar contra a união civil entre homossexuais. Em seguida, chegou a incentivar a violência contra a comunidade LGBT alegando que, como "pai de família", ele tem "vergonha na cara" para "instruir filhos e netos a acabar com essa historinha". Obviamente, não ficou por isso mesmo. 

Na manhã seguinte às declarações homofóbicas, integrantes de movimentos de todo o País se organizaram para uma série de ações contra o presidenciável. Serão realizados diversos "beijaços" durante a semana como protesto, incluindo um na Avenida Paulista nesta terça-feira, um em frente à sede do PRTB na quinta-feira e um em frente à casa do candidato no sábado. "Levy está precisando de uma melhor compreensão do que é amor, né, galera?", diz a descrição de um desses eventos, que, juntos, já contam com cerca de 5 mil adeptos. 

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Outras manifestações

Também na capital paulista, o coletivo Juntos coordenou, junto a Luciana Genro (PSOL), uma manifestação na Av. Paulista ainda nesta segunda-feira. "Lutamos para que o que una as famílias seja apenas o amor e não o ódio daqueles que se dizem os defensores dela. Lutamos pela criminalização da LGBTfobia para combater esse discurso odioso como o propagado pelo candidato", disseram no convite do evento. 

O mesmo coletivo começou a se mobilizar, através das redes sociais, para tentar cancelar a participação de Levy no próximo debate, que acontece nesta quinta-feira na TV Globo. "É criminosa sua intolerância e incitação ao ódio. Sua fala nessa noite de 29 de setembro de 2014 o desqualifica e gera repúdio. Sua presença no próximo debate, na Rede Globo, precisa ser cancelada. Mais agressões e apologias à violência contra as LGBTs não serão toleradas", afirmaram. 

Alguns candidatos aos cargos de deputados federal e estadual também se manifestaram nas redes. Bill Santos e Jean Wyllys, do PSOL de São Paulo e Rio de Janeiro, respectivamente, disseram que estão em contato com advogados para verificar o que pode ser feito juridicamente. 

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"Vou avaliar junto à assessoria jurídica se é possível representar contra o candidato na Justiça por sua ofensa a uma coletividade e por estimular a violência contra esta. Como pode um sujeito como esse (que também se referiu aos usuários recreativos de maconha como 'esses drogados que não produzem nada') ser candidato presidencial? Levy, de tão estúpido, não se dá conta de que ele mesmo - sua existência - contraria sua tese de que aparelho excretor não reproduz", escreveu Jean em seu perfil. 

Zé Maria, candidato à presidência pelo PSTU que não foi convidado para nenhum debate na televisão, foi outro a se manifestar. Para ele, Levy deveria ter saído preso dos estúdios da emissora. 

"Foi um verdadeiro escândalo a fala deste candidato ontem no debate, uma verdadeira apologia à homofobia, chegando a misturar homossexualidade a pedofilia. É justamente atitudes como essas, em especial partindo de personalidades públicas, como é o caso, que precisam ser repudiadas por toda a sociedade, pois é esse tipo de coisa que alimenta a violência cotidiana contra as pessoas LGBT. Infelizmente a fala criminosa do candidato ficou sem a resposta merecida no próprio debate", desabafou.

Fonte: Terra
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