Ex-presidente argentina Cristina Kirchner também rechaçou rejeição do registro do petista pelos ministros da Justiça Eleitoral. "Sabem que ele ganharia amplamente as eleições de outubro." A decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de barrar o registro da candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência provocou críticas de dirigentes de esquerda da América Latina neste sábado (01/09).
Durante a madrugada, os ministros do tribunal negaram por 6 votos a 1 que Lula faça campanha como candidato, incluindo em propaganda eleitoral, veiculada em rádio e televisão. Com a decisão, o PT tem 10 dias para indicar um substituto.
Em resposta, o governo cubano emitiu comunicado afirmando que é solidário ao ex-presidente e reafirmou que a prisão de Lula "atende a propósitos políticos".
"O Ministério das Relações Exteriores reitera a solidariedade de Cuba com o camarada Lula, do Partido dos Trabalhadores e do povo brasileiro", disse a nota, que aponta ainda que o veto judicial em relação à candidatura "impede que o povo brasileiro vote no candidato mais popular ".
Os cubanos também apontaram a prisão de Lula tem "propósitos políticos" e "faz parte das manobras para impedir que as forças políticas que empreenderam um processo de transformação social no Brasil retornem ao governo".
Já o presidente boliviano Evo Morales, declarou em sua conta no Twitter que Lula "lidera todas as pesquisas eleitorais." "Nós rejeitamos essa decisão porque ela mina a democracia e a vontade do povo brasileiro". Ele ainda finalizou a mensagem com a hashtag #LulaPresidente.
A ex-presidente da Argentina Cristina Kirchner também criticou a decisão do TSE em um mensagem no Twitter.
"Agora impedem que Lula seja candidato presidencial porque eles sabem que ele ganharia amplamente as eleições de outubro. No Brasil, os meios de comunicação, em coordenação com o Judiciário, também têm arrasado com o Estado de Direito", escreveu Kirchner, que atualmente é senadora e tal como Lula enfrenta problemas com a Justiça do seu país por suspeita de participação em casos de corrupção.
Lula foi condenado a 12 anos e um mês de prisão em segunda instância por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá. Ele está preso desde abril na sede da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba. Apesar da condenação, o ex-presidente é líder isolado nas pesquisas eleitorais.
A candidatura de Lula foi alvo de 16 contestações, incluindo uma apresentada pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge.
Após a decisão do TSE, a defesa de Lula anunciou que pretende recorrer ao Supremo para tentar garantir a presença do ex-presidente nas eleições.
Como Plano B, o PT cogita indicar o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, atual vice da chapa eleitoral, como candidato à Presidência. A deputada Manuela D'Ávila (PCdoB) deve ser, nesse caso, a indicada a vice da chapa.