Bolsonarista tenta agredir Ciro Gomes em Porto Alegre, diz assessoria do candidato do PDT

Segundo a campanha pedetista, homem chegou a atingir pessoas da equipe e foi contido pelos agentes da Polícia Federal que fazem a segurança de Ciro

10 set 2022 - 18h55
(atualizado às 22h16)

Por meio de nota divulgada à imprensa, o candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes (PDT), informou ter sofrido uma tentativa de agressão durante ato de campanha na feira Acampamento Farroupilha, em Porto Alegre (RS). Lisandro Vargas Vila Nova seria apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL) e chegou a agredir membros da equipe, segundo a nota. Policiais federais que cuidam da segurança do candidato retiraram o agressor do local "para que nada mais grave pudesse acontecer".

Ciro em Passo Fundo
Ciro em Passo Fundo
Foto: Keini Andrade/Divulgação / Estadão

A equipe jurídica de Ciro Gomes registrou Boletim de Ocorrência "para que o caso seja apurado e as medidas legais contra o agressor sejam cumpridas". Segundo informações da assessoria e de testemunhas presentes no local, Vila Nova teria afirmado estar armado e sido revistado pela brigada militar do Rio Grande do Sul. Nenhuma arma foi encontrada com o agressor, segundo o B.O.

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Conhecido nas redes como Barbudinho, o ativista digital Luiz Henrique Oliveira, apoiador de Ciro, disse ter sido um dos agredidos por Vila Nova durante o evento no Parque Harmonia, onde ocorre a feira. Oliveira relatou que Ciro foi convidado a subir em um piquete (um tipo de cabana) para cantar Querência Amada junto com músicos locais, quando a confusão começou. Segundo ele, Vila Nova gritava "Bolsonaro 2022", vestido de roupa tradicional gaúcha, e tentou pular o cercado para alcançar o candidato do PDT. "Foi quando tentei segurar ele e (Vila Nova) deu um soco na minha cara. Seguraram ele para retirar do local e ele dizia 'sai que eu tô armado'", relatou o ativista.

Procurado pelo Estadão, Vila Nova disse que não ameaçou agredir ninguém. "Eu estava no piquete da OAB quando ele passou por lá, aí as pessoas gritaram que o Ciro ia ganhar e eu retruquei baixinho que quem iria ganhar era o Bolsonaro. Um assessor dele escutou e me deu um soco, eu nem cheguei a reagir, pois me tiraram de lá rapidamente", afirmou. Vila Nova declarou que é advogado e ex-sargento do Exército.

Ele ainda disse que não estava usando pilcha, vestimenta tradicional gaúcha e, por isso, não teria motivo de estar com alguma faca. "Se eu tivesse alguma faca, eu teria sido preso, mas eu só fui retirado do local por um policial que me conduziu até a sápida do parque onde peguei meu Uber."

Imagens gravadas durante o momento da confusão pela RBS TV, afiliada da Rede Globo do Rio Grande do Sul, mostram o ativista Barbudinho levando um soco, mas não é possível identificar o autor. Em seguida, as imagens mostram Vila Nova sendo levado pelos seguranças.

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O ataque acontece um dia depois de o pedetista manifestar, em suas redes sociais, repúdio ao assassinato do petista Benedito Cardoso dos Santos, em Mato Grosso, no dia 7 de setembro. Na publicação, Ciro afirmou que Benedito havia se tornado "mais uma vítima da guerra fratricida, semeada por uma polarização irracional e odienta". Buscando se apresentar como alternativa à atual polarização entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Bolsonaro, ele foi o primeiro a se manifestar sobre a mais nova morte relacionada à violência política.

O candidato do PDT, CIro Gomes, participa de campanha em Passo Fundo, RS | Foto: Keiny Andrade/Divulgação Foto: Keiny Andrade

Ciro Gomes estava em campanha pelo Rio Grande do Sul desde sexta-feira, 9. Neste sábado, pela manhã, o candidato realizou um comício na cidade de Passo Fundo (RS), antes de seguir para Porto Alegre (RS), onde ainda tem agenda neste domingo.

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