No último debate entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) antes do 2º turno das eleições, realizado nesta sexta-feira, 28, o atual presidente acusou o adversário de ser aliado de Roberto Jefferson, indiciado por tentativa de homicídio por ataques contra policiais federais. O petista rebateu, afirmando que o candidato à reeleição "não tem idoneidade".
Ao ser acusado de tentar esconder a aliança com o ex-deputado federal pelo petista, Bolsonaro rebateu a fala do adversário, alegando que Jefferson "pegava grana para comprar voto dentro da Câmara".
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"O Roberto Jefferson explodiu o seu Governo, o mensalão, atrás disso veio o petrolão. Mais de 100 pessoas presas, você mesmo, Lula, foi condenado em três instâncias e só está aqui porque tem um amigo no Supremo Tribuna Federal. Você tinha que estar preso, Lula", afirmou Bolsonaro.
Na réplica, o candidato do PT afirma que questionou o adversário sobre propostas para o país, mas Bolsonaro evitou a pergunta. "Um cidadão que governa esse país a quatro anos e não tem política de comércio exterior, não tem relação com nenhum país do mundo. Ao invés de explicar o que ele quer fazer, ele fica como se fosse um cara de um 'samba de uma moda só. Estou dizendo o seguinte: eu tenho idoneidade, você não tem".
Bolsonaro tenta negar vínculo com Jefferson
Aliado bolsonarista e político de extrema direita, Roberto Jefferson (PTB) foi preso pela Polícia Federal depois de tentar resistir à ordem judicial, disparar mais de 20 tiros de fuzil e lançar duas granadas contra os agentes no último domingo, 23. Dois deles ficaram feridos, mas sem gravidade.
Após o episódio, Bolsonaro e seus aliados tentaram afastar Jefferson da imagem do presidente e manifestar apoio a policiais. O presidente chamou o ex-deputado de bandido e chegou até a mentir e dizer que nem foto com ele teria, o que não é verdade.
"Nós não somos amigos, não temos relacionamento. E tratamento pra pessoas que são corruptas ou agem dessa maneira como Roberto Jefferson agiu, xingando uma mulher e também recebendo a bala policiais, o tratamento dispensado pelo governo Jair Bolsonaro será de bandido", disse o presidente durante a sabatina da TV Record. Ele foi entrevistado sozinho porque o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não quis participar do que seria um debate da emissora.
Reta final do segundo turno
Assim como no primeiro turno, Lula se manteve numericamente à frente de Bolsonaro em todas as principais pesquisas eleitorais do segundo turno. Segundo o último levantamento do Datafolha, divulgado na quinta-feira, 27, o petista aparecia com 53% dos votos válidos, contra 47% do atual presidente. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou menos.
No primeiro turno, o ex-presidente alcançou 48,4% dos votos. No total, foram 57.259.504 votos para Lula. 6,1 milhões de votos a mais que o total de votos recebidos por Bolsonaro. O presidente recebeu 51.072.345 votos (43,20% dos votos válidos). O segundo turno será realizado no próximo domingo, 30.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) realiza, a partir das 17h de domingo, o processo de apuração dos votos das Eleições 2022, nas quais serão eleitos 12 governadores, além do novo presidente da República. Todos vão cumprir mandato entre 2023 e 2026.
O Terra fará a cobertura completa das eleições e contará, em sua página principal, com um placar que trará os resultados atualizados, diretamente do TSE. Em parceria com o Poder360, será transmitida uma live com todos os detalhes da votação e também da apuração. A live está prevista para domingo, às 16h.
