BRASÍLIA - Após pedir votos nas últimas semanas para 59 candidatos, o presidente Jair Bolsonaro cancelou sua "live eleitoral" nesta sexta-feira, 13, alegando que a legislação não é clara a partir desta data. O "horário eleitoral gratuito" de Bolsonaro, transmitido do Palácio da Alvorada, está sendo investigado pelo Ministério Público e é questionado na Justiça Eleitoral, no Supremo Tribunal Federal (STF) e no Tribunal de Contas da União (TCU).
Como mostrou o Estadão semana passada, a utilização dos canais oficiais e da estrutura do governo federal para fazer propaganda de candidatos pode infringir a legislação eleitoral. "Hoje não haverá live 'eleitoral'. A legislação não é clara sobre sua realização a partir desta data. Boa noite a todos", escreveu o presidente.
O presidente indicou o apoio a 13 prefeitos, 45 vereadores e uma senadora. Os escolhidos são pessoas das relações pessoais do chefe do Executivo e seus filhos ou sugeridos por assessores e aliados, como os deputados federais Hélio Lopes (PSL-RJ) e Major Vitor Hugo (PSL-GO).
Inicialmente, Bolsonaro disse que não se envolveria nas eleições municipais, mas passou a pedir votos para dezenas de candidatos em suas transmissões ao vivo desde o dia 29 de outubro. Nesta semana, ele fez live de segunda a quinta-feira. O partido Rede Sustentabilidade entrou com representação na Justiça Eleitoral, no STF e no TCU. O Ministério Público Federal também apurar em nove Estados se Bolsonaro fez propaganda irregular.