O discurso do presidente Jair Bolsonaro (PL) após motociata em Presidente Prudente, no interior do Estado de São Paulo, foi, mais uma vez, tomado por ataques ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), seu principal adversário na disputa pelo Palácio do Planalto. O presidente chamou o petista de "pinguço", "vagabundo" e promotor da "ideologia de gênero". Bolsonaro também voltou a, em tom de ameaça, declarar que após as eleições "todos jogarão dentro das quatro linhas da Constituição".
Segundo o presidente, "essa minoria que pensa que pode tudo" será enquadrada. "Defendemos o funcionamento de todas as instituições, mas aqueles que ousam sair fora das quatro linhas, não interessa de qual poder seja, tem que ser trazido para dentro das quatro linhas. O Brasil não aceita ditadores. O Brasil luta e vai ter liberdade a qualquer preço", afirma. As declarações foram acompanhadas de gritos de aprovação da plateia, que cantou o hino nacional antes de sua fala.
Bolsonaro se colocou como o oposto de Lula. "Esse cara prega liberação das drogas, fala em aborto, não tem qualquer compromisso com nossas famílias. Ele quer o poder pelo poder, quer fincar aqui no Brasil uma bandeira não verde e amarela, mas uma bandeira vermelha", disse.
Ainda nas comparações com Lula, citou Argentina, Venezuela e Nicarágua. "Veja como está o Brasil e como estão os demais países cujos presidentes são amigos de Luiz Inácio Lula da Silva."
Ao lado do candidato ao governo de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos), ex-ministro da Infraestrutura, e de Marcos Pontes (PL), ex-ministro de Ciências, Tecnologia e Inovações e candidato ao Senado, Bolsonaro enfatizou a defesa pela liberdade e pela legítima defesa, associando-a ao uso de armas. "As ditaduras foram antecedidas de processos de desarmamento da população. Nós agimos de forma contrária. Povo armado jamais será escravizado. O povo tem o direito à legítima defesa", diz.
O presidente também destacou as mídias sociais em seu discurso. "E têm ainda poucas pessoas lá na praça dos Três Poderes que ousam cada vez mais tolher a liberdade nas mídias sociais", declara.
Durante a pandemia, Bolsonaro diz ter preservado o livre arbítrio da população. "Demos vacina para quem queria tomar. Não obriguei ninguém a tomar vacina. Não exigi passaporte vacinal de ninguém, porque respeito a liberdade de cada um", completa.
O presidente pediu ainda que seus apoiadores fossem votar no dia 2 de outubro vestidos de verde e amarelo. "Convençam as pessoas que estão do outro lado a vir para nosso lado, que é o lado do bem, da verdade", adicionou, admitindo que o cenário eleitoral "ainda não está decidido", criticando pesquisas de intenção de voto. "Vocês veem aí institutos de pesquisas que não têm qualquer credibilidade dando vitória para um bandido no primeiro turno. Nossa pesquisa é o Datapovo," afirmou.