O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) escolheu Goiânia como seu destino para acompanhar o segundo turno das eleições, mas acabou saindo derrotado na disputa local contra o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil). Na capital, Sandro Mabel (União Brasil) foi eleito com 55% dos votos, superando Fred Rodrigues (PL), que recebeu 45%.
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A vitória de Caiado com Mabel se transformou em um revés significativo para Bolsonaro. Entre os diversos aliados concorrendo no segundo turno, inclusive contra o PT, o ex-presidente decidiu acompanhar a apuração na residência do senador Wilder Moraes (PL), junto com Fred Rodrigues, em Goiânia, neste domingo, 27.
Mais cedo na cidade, Bolsonaro declarou que "não há racha na direita" e afirmou respeitar o governador de Goiás. "A direita, em grande parte, são pessoas conscientes que sabem o que está em jogo", disse ele, que passou o dia em Goiânia aguardando uma vitória. No entanto, após a derrota, ele deixou o local e retornou a Brasília sem se manifestar sobre o resultado, conforme informou a CNN.
Fred Rodrigues concedeu uma coletiva de imprensa na sede do Partido Liberal, localizada no Setor Oeste, em Goiânia, após a apuração dos votos. Ele estava na companhia de apoiadores da campanha, e o ex-presidente não estava entre eles. “Não começamos ontem, não vamos parar amanhã. Saímos mais fortes dessa campanha”, afirmou Fred.
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, celebrou a vitória de Mabel. O triunfo na capital do Estado o solidifica como o principal líder da política local, mesmo diante de figuras de grande alcance nacional, como Bolsonaro.
Apesar da troca de farpas entre os dois, Caiado declarou não considerar um rompimento definitivo com Bolsonaro para futuras eleições, mesmo após ter sido chamado de "frouxo" pelo ex-presidente. No entanto, o governador mas não hesitou em criticar a atitude de Bolsonaro, que descreveu como "deselegante e até desrespeitosa".
"Eu não sou homem de fechar portas com ninguém, mas Bolsonaro foi extremamente deselegante e até desrespeitoso. A idade ensina a controlar um processo eleitoral e aglutinar forças. Só vamos vencer em 2026 [a direita] com uma convergência de ideias, aquele que conseguir aglutinar ideias para o PT não governar por mais quatro anos", afirmou ao jornal O Globo.
A crise entre eles surgiu após um ato em que o ex-presidente, ao lado de Fred Rodrigues, não mencionou o governador nominalmente, mas criticou a postura dele durante a pandemia, época em que Caiado chegou a romper relações com Bolsonaro ao adotar medidas de isolamento social para conter a propagação da covid-19.
"Nós, na pandemia, fizemos o que tinha que ser feito. Fui contra governadores que falavam 'fiquem em casa, a economia a gente vê depois'. Governador covarde! Governador covarde! O vírus ia pegar todo o mundo, não tinha como fugir do vírus", disse Bolsonaro na ocasião.