O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que vai manter apoio a pré-candidatura de Alexandre Ramagem à prefeitura do Rio de Janeiro apesar de ser se irritado com o fato de seu aliado ter gravado uma reunião mencionada em relatório da PF durante operação contra a chamada 'Abin paralela' em seu governo.
Receba as principais notícias direto no WhatsApp! Inscreva-se no canal do Terra
Em resposta ao colunista Paulo Cappelli, do Metrópoles, Bolsonaro disse que "segue junto" com Ramagem e confirmou sua presença em um evento na próxima quinta-feira, 18, no Rio, como parte da campanha do pré-candidato
“A candidatura do Ramagem está de pé. Estaremos juntos na semana que vem, no Rio. Seguimos juntos”, afirmou à coluna.
O ex-presidente teria se irritado com Ramagem após a informação de que a Polícia Federal encontrou um áudio de uma reunião em que ele, o general Augusto Heleno (então chefe do Gabinete de Segurança Institucional, ao qual a Abin é subordinada) e Ramagem discutem um plano para anular o inquérito das rachadinhas - investigação que fechou o cerco ao senador Flávio Bolsonaro.
Na sexta-feira, 12, o deputado publicou no X (antigo Twitter) que não houve "interferência ou influência em processo vinculado ao senador Flávio Bolsonaro. A demanda se resolveu exclusivamente em instância judicial".
Apesar do desconforto com Ramagem, o ex-presidente e o PL preparam uma série de agendas na próxima semana para impulsionar a campanha bolsonarista no Rio de Janeiro. Bolsonaro tem compromissos marcados para a capital fluminense, Baixada Fluminense e Angra dos Reis.
Operação Última Milha
Nesta quinta-feira, 11, a Polícia Federal cumpriu cinco mandados de prisão preventiva e sete mandados de busca e apreensão em Brasília, Curitiba, Juiz de Fora, Salvador e São Paulo, pela 4ª fase da Operação Última Milha. A ação faz parte de uma série de investigações da PF sobre uma organização criminosa que agia na espionagem ilegal de autoridades públicas e na produção de fake news dentro da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) -- o que ficou conhecida como 'Abin paralela' -- durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).
As investigações têm mostrado que a organização era bem articulada. Segundo a PF, os criminosos chegaram a acessar computadores, celulares e a infraestrutura de telecomunicações da Abin para monitorar agentes públicos. Os alvos incluíam membros dos três poderes e até jornalistas.
Além do monitoramento ilegal, o grupo também criava perfis falsos para atacar autoridades e divulgar informações manipuladas, trabalho do grupo que recebeu alcunha de 'gabinete do ódio' dentro do governo Bolsonaro.