O presidente Jair Bolsonaro afirmou, em uma entrevista à RedeTV, que pretende participar de eventuais debates marcados para as eleições presidenciais de 2022, ao contrário do que ocorreu em 2018.
"Eu pretendo participar de debates. Não pude participar na última (eleição), porque estava convalescendo ainda. Da minha parte não vai ter guerra. Tenho quatro anos de mandato para mostrar o que fiz. Agora, não posso aceitar provocação. Coisas pessoais, porque daí você foge da finalidade de um bom debate", disse Bolsonaro em trecho da entrevista que vai ao ar na íntegra na quinta-feira.
Em 2018, Bolsonaro esteve apenas no primeiro debate, que não teve participação de nenhum candidato petista. À época, o partido ainda insistia com o nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que estava preso, e Fernando Haddad, que terminou por ser o candidato, era candidato a vice.
Depois de ser atacado a faca, no início de setembro daquele ano, Bolsonaro não pode participar de nenhum debate no primeiro turno. No segundo, foi liberado pelos médicos, mas preferiu não enfrentar Fernando Haddad nos debates marcados pelas TVs Record e Globo alegando desconforto. À época, ele ainda usava uma bolsa de colostomia, retirada em uma nova cirurgia em 2019.
Bolsonaro, no entanto, põe condições para sua participação. Diz que aceita discutir seu mandato e até sua vida pessoal, mas não quer o envolvimento de família e amigos na discussão política.
"Eu espero que as televisões que por ventura forem organizar o debate, que levem à risca bastante essa questão. É para falar do meu mandato. Até a minha vida particular fique à vontade, mas que não entrem em coisas de família, amigos, que não vai levar a lugar nenhum", disse.
Dois de seus filhos, o senador Flávio e o vereador Carlos, estão sendo investigados em esquemas de rachadinhas. Flávio, da época em que era deputado estadual no Rio de Janeiro, e Carlos, já no cargo de vereador, que ocupa há quatro mandatos. Ambos negam qualquer envolvimento.
Michelle, esposa de Bolsonaro, recebeu em sua conta bancária 84 mil reais em recursos vindos de Fabrício Queiroz, amigo de Bolsonaro acusado de ser organizador do esquema de rachadinha no gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).