Bolsonaro na maçonaria? Lula e diabo? 2º turno começa com ataques vinculados a religiões

Publicações que circulam na internet tentam associar o candidato do PT ao 'satanismo'; outras insinuam uma equivocada contradição entre ser maçom e acreditar em Deus

4 out 2022 - 12h30
(atualizado às 13h36)
Campanha em segundo turno começa com ataques relacionados às crenças religiosas dos candidatos
Campanha em segundo turno começa com ataques relacionados às crenças religiosas dos candidatos
Foto: Mais Goiás

Com a definição do segundo turno da eleição presidencial entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), mentiras ou informações fora de contexto sobre a religião de ambos os candidatos começaram a circular com mais força nas redes sociais.

Um vídeo do chefe do Executivo em uma loja da Maçonaria serve de munição para que apoiadores do petista tentem enfraquecer o presidente diante dos eleitores evangélicos. Do outro lado, bolsonaristas compartilham fake news associando Lula a um suposto "pacto com o diabo" e ao satanismo, também tentando intensificar a rejeição ao petista nesse segmento.

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Desde o primeiro dia oficial de campanha, em agosto, a disputa entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) gira em torno de temas religiosos.

Bolsonaro, por exemplo, costuma chamar a eleição de "luta do bem contra o mal" e criticar o que chama de "fechamento de igrejas" na pandemia de covid-19, reforçando a pauta religiosa da sua campanha. Já Lula, acusa Bolsonaro de tentar manipular a boa-fé de evangélicos e chegou a declarar que o presidente é "possuído pelo demônio".

O Estado brasileiro é laico. A Lei das Eleições (Lei 9.504/97), inclusive, proíbe a veiculação de propaganda eleitoral em templos religiosos.

É comum, também, que bolsonaristas evoquem a situação da Nicarágua, compartilhando relatos sobre a prisão de religiosos naquele país e lembrando que Lula já fez acenos ao governante Daniel Ortega. Pesquisas eleitorais mostram que os evangélicos representam um dos segmentos mais fortes como base eleitoral de Bolsonaro. A primeira-dama Michelle Bolsonaro chegou a dizer que o Palácio do Planalto estava consagrado a "demônios" antes da eleição do marido.

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No vídeo que circula nas redes sociais após o primeiro turno das eleições, o presidente faz um discurso sobre pautas de costumes e combate à corrupção em uma loja da Maçonaria. O vídeo que viralizou nos últimos dias aparenta ter sido gravado antes da campanha eleitoral de 2018.

Quanto a Lula, as tentativas de associá-lo ao "diabo" e ao fechamento de igrejas fizeram o PT lançar um esclarecimento público sobre as crenças pessoais do ex-presidente. Intitulado "A verdade sobre Lula e o satanismo", um artigo no site do candidato reforça que ele não tem relação com "luciferianos ateístas", como diz uma fake news que circula na internet. "A verdade, como já repetimos antes, é que Lula é cristão, católico, crismado, casado e frequentador da igreja", diz o texto. "Lula não tem pacto nem jamais conversou com o diabo", completa.

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