Bolsonaro pagou por 18 anúncios no YouTube que mentem sobre inocência de Lula

Neles são usados trechos antigos e descontextualizados de falas de jornalistas e juristas sobre as investigações contra o petista

21 out 2022 - 19h01
(atualizado às 19h24)
Bolsonaro pagou por 18 anúncios no YouTube que mentem sobre inocência de Lula
Bolsonaro pagou por 18 anúncios no YouTube que mentem sobre inocência de Lula
Foto: Estadão Conteúdo/Ton Molina

Um vídeo da campanha de Jair Bolsonaro (PL) que mente sobre a inocência de seu adversário, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), foi a publicidade mais frequente do candidato à reeleição no Google Ads no segundo turno, com 18 inserções. A peça é alvo de ação por direito de resposta no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) por parte da campanha petista.  

Nela, são usados trechos antigos e descontextualizados de falas de jornalistas e juristas sobre as investigações de Lula, omitindo que o petista teve as condenações anuladas e é considerado inocente.

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Na quarta-feira (19), decisões de ministros do TSE haviam concedido inserções de direito de resposta a Lula em programas eleitorais de Bolsonaro nos quais ele é acusado de associação com crimes e corrupção. Após recurso da campanha de Bolsonaro, a ministra Maria Cláudia Bucchianeri suspendeu a decisão, e o assunto será decidido neste sábado (22) no plenário virtual da corte.

O anúncio começou a ser exibido no YouTube no dia 11 de outubro e permanece no ar, tendo custado até agora R$ 28 mil à campanha do presidente — os custos podem aumentar conforme a exibição continua. A propaganda já atingiu ao menos 2 milhões de visualizações.

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Além desta peça, a campanha do presidente pagou por outras dez inserções publicitárias com ataques ao petista. Um vídeo, presente em quatro inserções, dizia que Lula apoia o aborto — o que foi desmentido pelo próprio candidato em outro anúncio.

O Radar Aos Fatos analisou todos os anúncios pagos pela campanha de Bolsonaro no Google entre a segunda-feira seguinte ao primeiro turno (3) e esta quinta-feira (20).

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  • Ao todo, Bolsonaro fez 230 inserções publicitárias na plataforma no período, com investimento estimado entre R$ 950 mil e R$ 1,28 milhão e alcance entre 76 e 90 milhões de visualizações;
  • Dessas inserções, 41% (95) continham ataques ou desinformação, com um custo de até R$ 358 mil e somando pelo menos 25 milhões de visualizações;
  • Outras cinco não estão mais disponíveis.

Depois dos ataques a Lula, a principal desinformação disseminada pelos anúncios do presidente diz respeito ao Auxílio Brasil. Em 14 anúncios, Bolsonaro omite que a lei criada por seu governo, não prevê o valor de R$ 600, mas de R$ 400. O adicional de R$ 200 às parcelas do Auxílio Brasil será pago até o final do ano de 2022 e não está previsto na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) de 2023.

Os anúncios também desinformam sobre outras medidas do governo:

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