No sábado, dia 7 de Setembro, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se concentraram em ato na Avenida Paulista. Além do verde e amarelo e itens com frases contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, também se destacaram manifestações de apoio a Pablo Marçal (PRTB), candidato à Prefeitura de São Paulo nas Eleições 2024. O maior símbolo foi uma bandeira, colocada no chão da avenida, com a frase: ‘Bolsonaro parou, Marçal começou. Pablo Marçal presidente do Brasil”, que tem gerado troca de farpas entre candidatos.
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Nesta segunda-feira, 4, o perfil de Pablo Marçal no Instagram compartilhou um vídeo em que a bandeira aparece no chão com um suposto funcionário da Prefeitura de São Paulo mexendo no item, dando passagem a outro homem. Depois, ele sobe em sua moto, já do outro lado da bandeira estirada no chão. Na legenda está escrito que “Funcionários da prefeitura de Nules Bananinha colocaram essa faixa para gerar intriga entre Marçal e Bolsonaro”.
Em nota obtida pelo Terra, no início da tarde desta segunda, a assessoria da campanha de Ricardo Nunes afirmou que pedirá a instauração de um inquérito policial para saber quem fez e levou a bandeira ao ato.
Contrariando a versão de que os funcionários da Prefeitura que teriam colocado a bandeira a mando de Nunes, o comunicado complementa que “mesmo cortado, o vídeo deixa claro um funcionário da Subprefeitura da Sé puxa a bandeira do chão (e depois a coloca de volta) para passagem de outro funcionário, que estava em uma moto. O vídeo foi gravado após o final da manifestação, quando os funcionários faziam o trabalho de limpeza”.
Além disso, a campanha de Nunes frisa que outros vídeos que circulam nas redes sociais mostram possíveis apoiadores de Pablo Marçal levando e colocando a faixa na Avenida Paulista. “A campanha de Nunes também entrará na Justiça Eleitoral para exigir direito de resposta nas redes sociais de Marçal”, finaliza a nota.
Procurada pelo Terra, a Prefeitura de São Paulo corroborou com a versão levantada por Nunes: "A Prefeitura de São Paulo informa que realizou, por volta das 17h30, a limpeza da via. [...] A bandeira levada por manifestantes foi recolocada no mesmo lugar pelos agentes municipais após o fim do serviço de varrição e coleta de resíduos".
A reportagem questionou a campanha de Nunes se a ocorrência já foi registrada, mas não obteve retorno. A Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP) também não respondeu sobre a localização da abertura deste inquérito.
Com relação a Marçal, a assessoria do candidato não respondeu o Terra ao serem solicitadas provas de envolvimento de funcionários da Prefeitura de São Paulo. Também foi questionado se Marçal tem algum envolvimento com a criação da bandeira, sobre isso, foi respondido que não.
Bolsonaro e Marçal
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) classificou o candidato à prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal (PRTB), como "aproveitador", "arregão" e "traidor", em um vídeo divulgado em sua lista de transmissão no WhatsApp, no domingo, 8, segundo informações de Raquel Landim, colunista do UOL.
O locutor afirma que o ex-coach “mostrou sua verdadeira face” na manifestação que ocorreu na Avenida Paulista, em São Paulo, no dia 7 de setembro. O influenciador foi barrado ao tentar subir no trio elétrico onde Bolsonaro estava.
O pastor Silas Malafaia, organizador do ato, disse que Marçal chegou apenas após o encerramento e evitou participar antes por receio do ministro do STF Alexandre de Moraes, principal alvo de ataques durante o evento. O “medo” com relação ao magistrado foi reforçado no vídeo.
As falas de Malafaia explicando o motivo de Marçal não subir no trio também foram usadas na peça, batendo o carimbo de "aproveitador", "traidor" e "arregão" em cima da imagem do ex-coach. Em determinado momento do vídeo, são usadas entrevistas do candidato dizendo que "não tem problema nenhum com Alexandre de Moraes", e ainda "que não vai arrumar briga com o STF".