Bolsonaro se irrita ao comentar reportagens sobre imóveis e ameaça processar por 'falsa comunicação'

Candidato à reeleição fez declaração durante entrevista a jornalistas antes de debate presidencial realizado neste sábado, 24.

24 set 2022 - 18h07
(atualizado em 26/9/2022 às 09h01)
Bolsonaro critica matéria sobre imóveis comprados em dinheiro vivo: "Trabalho sujo"
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Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição à Presidência do Brasil, se irritou ao comentar sobre as reportagens do UOL que denunciam a compra de 51 imóveis com dinheiro vivo por membros de sua família e ameaçou processar o senador Randolfe Rodrigues (Rede) por "falsa comunicação" de crime. Ele conversou com jornalistas antes do debate presidencial realizado neste sábado, 24, por Terra, SBT, Estadão/Eldorado, Nova Brasil FM, Veja e CNN Brasil. 

"UOL fez um trabalho sujo, é o que eu tenho para falar. Pegando 11 familiares meus e levantou os imóveis que eles compraram, não o que eles venderam. Eu tenho ex-cunhado muitíssimo bem de vida. Ele tem mais de 30 casas de comércio de móveis e materiais de construção. Você não pode ter patrimônio grande?", questionou.

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Ele acusou a reportagem de tentar "manchar sua imagem" a cerca de 30 dias das eleições presidenciais. "Não existe um mínimo indício da matéria da Folha para começar uma investigação sobre minha pessoa", continuou.

Jair Bolsonaro (PL) é entrevistado por jornalistas ao chegar aos estúdios do SBT, em São Paulo, antes de debate presidencial.
Jair Bolsonaro (PL) é entrevistado por jornalistas ao chegar aos estúdios do SBT, em São Paulo, antes de debate presidencial.
Foto: Reprodução/ YouTube SBT News

Ao ser perguntado por uma repórter sobre a suspeita de compra em moeda corrente, Bolsonaro se irritou e a questionou de volta, se ela sabia o que era aquilo que estava falando. "Você sabe o que é moeda corrente? [...] Se eu fosse jornalista, iria estudar antes de falar alguma coisa", disparou.

Matérias sobre imóveis

As matérias voltaram ao ar após uma decisão do ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), na noite desta sexta-feira, 23. Elas haviam sido tiradas do ar por determinação do desembargador Demétrius Gomes Cavalcanti, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios, que atendeu a um pedido do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).

A justificativa foi que as reportagens usaram informações sigilosas de investigações criminais anuladas. Bolsonaro comentou a decisão dizendo que é a favor da liberdade de imprensa, mas que "quem persistir nesses ataques pode responder civil e criminalmente". 

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O ministro André Mendonça também negou o pedido do senador Randolfe Rodrigues para investigar o clã Bolsonaro pelos imóveis comprados com dinheiro vivo. Jair Bolsonaro disse que irá processá-lo por falsa comunicação de crime. 

Fonte: Redação Terra
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