O presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), admitiu em entrevista ao programa Pânico, da Jovem Pan, nesta sexta-feira, 26, que corre o risco de ser preso caso perca as eleições em outubro deste ano. Na entrevista, Bolsonaro também falou sobre o risco de seus filhos serem presos também.
Ao ser questionado sobre declarações de que poderia ser preso após a eleição, Bolsonaro disse que há dois cenários possíveis, mas não explicou quais seriam. "Eu tenho duas alternativas: essa [de ser preso] ou outra, que não vou polemizar aqui", declarou Bolsonaro ao programa. "Daqui a pouco prende um filho meu por fake news, como o Carlos o tempo todo é visado. Não tem cabimento.".
O presidente seguiu discorrendo e citou o caso dos empresários apoiadores do governo alvo de operação da Polícia Federal por apologia a um golpe de Estado. “O que faltou para prender esses oito empresários agora? Nada”, seguiu.
Bolsonaro usou o exemplo da prisão do deputado Daniel Silveira (PTB-RJ), condenado a mais de oito anos de prisão e que recebeu indulto presidencial, para continuar comentando sobre uma possível prisão. “Quando ele foi condenado, eu entrei em campo com a questão do indulto. Não falta gente ao meu lado dizendo que eu iria achar confusão com o Supremo. Eu disse que não poderia achar confusão com a minha consciência”, disse.
Ditadura
Bolsonaro também afirmou que o País caminha para uma ditadura, mas não por causa dele. "Quando se fala em caminho para a ditadura, o Brasil está indo, sim, está caminhando, não com a velocidade que estaria se estivesse o Haddad no meu lugar, mas não é pelo chefe do Executivo", disse. "Geralmente quem conspira e quem se prepara para ficar no Poder é o chefe do Executivo, que tem a tropa na mão. É exatamente ao contrário, é um outro lado. Por quê? A gente não sabe por que essa pessoa age dessa maneira", emendou, em mais referência ao ministro do STF Alexandre de Moraes.
Na quinta-feira, em transmissão ao vivo nas redes sociais, Bolsonaro subiu o tom contra o Moares e pediu explicações sobre a operação da PF contra empresários bolsonaristas. "A gente espera aí que o digníssimo Alexandre de Moraes apresente a fundamentação dessa operação o mais rápido possível, porque agora eu estou vendo que a escalada contra a liberdade, aquilo que eu sempre tenho falado, tem se avolumado em cima destes empresários", declarou.
Os alvos da operação foram os empresários Luciano Hang, da Havan; José Isaac Peres, da rede de shopping Multiplan; Ivan Wrobel, da Construtora W3; José Koury, do Barra World Shopping; André Tissot, do Grupo Serra; Meyer Nigri, da Tecnisa; Marco Aurélio Raimundo, da Mormaii; e Afrânio Barreira, do Grupo Coco Bambu. Em mensagens num grupo de WhatsApp, reveladas pelo site Metrópoles, eles defenderam um golpe, caso Lula vença Bolsonaro em outubro.
Presença no debate da Band
O presidente foi questionado se comparecerá ao debate presidencial que será realizado pela Band no próximo domingo, dia 28. Bolsonaro não quis confirmar mas disse que deve ir ao encontro dos presidenciáveis. "Eu devo estar domingo, não estou batendo o martelo, mas nesse momento acho que devo ir sim. Vou ser fuzilado, vão atirar em mim o tempo todo. Sou um alvo compensador para eles. Mas acredito que minha estratégia vai dar certo", disse Bolsonaro. (*Com informações do Estadão Conteúdo).