Debate entre candidatos à Prefeitura de SP marcado por exame toxicológico de Boulos e críticas a Marçal e Nunes.
O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) apresentou um exame toxicológico durante o debate entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo, promovido pela TV Globo, nesta quinta-feira, 3, e foi repreendido pelo jornalista César Tralli, mediador do evento. Candidato do PSOL exibiu documento após insinuação de Marçal sobre consumo de drogas.
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Ao mostrar o documento, o político foi advertido por Tralli, que o relembrou de não ser autorizada a exibição de panfletos ou documentos no debate. "Candidato, o senhor não pode exibir nenhum panfleto, nenhum papel, nada, segundo as regras assinadas pelas campanhas", afirmou o apresentador.
Após o debate, que acontece três dias antes do primeiro turno das eleições 2024, Boulos foi questionado pela imprensa se a apresentação do documento "rebaixaria a discussão política". Ao longo da campanha, o ex-coach citou reiteradamente que o psolista seria usuário de drogas e chegou a chamá-lo de 'aspirador de pó'.
"Quem rebaixa a discussão política é quem acusa de maneira mentirosa os outros de uso de drogas numa campanha eleitoral de maneira recorrente. Nós estamos a três dias da eleição. Eu já imaginava que essa acusação pudesse vir hoje, inclusive com potencial de dano eleitoral real. Por isso, decidi acabar de uma vez por todas com essa farsa", afirmou Boulos, citando os ataques de Marçal.
"A primeira vez que o Pablo Marçal mentiu dizendo isso, utilizou um homônimo. A segunda vez foi essa semana, querendo confundir uma internação por depressão com o uso de drogas. A gente sabia que isso poderia vir de novo e isso poderia ter um efeito eleitoral", completou.
De acordo com reportagem do jornal Folha de S. Paulo, o processo ao qual Marçal faz referência diz respeito a Guilherme Bardauil Boulos, homônimo de Guilherme Castro Boulos, nome completo do candidato do PSOL à Prefeitura de São Paulo. Bardauil é réu em uma ação por posse de drogas.
O homônimo de Boulos também está disputando as eleições municipais. Ele concorre a uma cadeira de vereador pelo Solidariedade na capital paulista.
Nas redes sociais, o documento postado por Boulos mostra que ele realizou o exame no dia 2 de outubro. Como a janela de detecção é de aproximadamente 180 dias, o resultado indica que não houve consumo de substâncias proibidas nos últimos seis meses.
Tensão em debate
Boulos e Marçal, inclusive, protagonizaram um dos embates mais aquecidos durante o debate desta sexta-feira, após psolista comparar o adversário a Suzane von Richtofen após ser chamado de 'extremista'. O deputado federal também mencionou a discussão durante a coletiva.
"O Marçal é um lobo em pele de cordeiro. Quem acompanhou os outros debates viu isso. Foi o cara que rebaixou, que mentiu, que xingou, que agrediu, que ofendeu família, que atacou. Aí chega aqui e posa como o bom moço, bem comportado, vítima dos ataques alheios. Pelo amor de Deus. Não cola. Marçal me acusar de extremista. Francamente, me veio a Suzane Richthofen na hora na cabeça", avaliou.
Elogios a adversária e 'desespero' de Nunes
Assim como no debate da TV Record, realizado no último sábado, 30, Tabata Amaral (PSB) voltou a criticar Boulos sobre diferenças de posicionamento do candidato com seu partido, o PSOL. Questionado sobre a dinâmica, o deputado federal elogiou a colega do Congresso Nacional.
"Tenho o maior respeito pela Tábata, já disse isso mais de uma vez, ela ajuda a qualificar essa campanha. Vocês viram como a campanha ficou marcada por Marçal, o Ricardo Nunes contando mentira toda hora, se evadindo das coisas, sem falar. Poxa, ter a Tábata que, assim como eu, quer discutir a cidade, quer apresentar propostas. Sou colega dela no Congresso, reconheço o trabalho combativo que ela tem em relação à educação, particularmente, é uma grande parlamentar", citou.
O candidato também criticou o atual prefeito e candidato à reeleição Ricardo Nunes (MDB), no que chamou de 'desespero' durante a reta final da campanha eleitoral.
"Nos preocupa muito o uso da máquina e a mentira nessa reta final. Lamentavelmente, pela dinâmica do debate, acabei não tendo tempo de falar isso. Mas nós entramos hoje com uma ação por ligações de robô, ligações automáticas de telefone, no estilo daquelas de telemarketing com pesquisa fake, nos atacando, induzindo voto no atual prefeito", acusou Boulos.
"Estamos vendo nessa reta final um desespero do Ricardo Nunes, particularmente, que tem levado a um nível de ataque, de abuso da máquina pública, de disseminação de mentiras, que é muito preocupante", finalizou o candidato.