De olho no voto útil do PT para ir ao segundo turno, o candidato do PSOL, Guilherme Boulos, emulou o discurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no debate do Estadão com os principais postulantes à Prefeitura de São Paulo. "Dessa vez, diferente de 2018, a esperança vai vencer o ódio", disse Boulos já nas considerações finais.
Em 2002, no seu primeiro pronunciamento depois de vencer a eleição presidencial, Lula disse que "a esperança venceu o medo". Segundo a mais recente pesquisa Ibope, Boulos tem 13% das intenções de voto e está tecnicamente empatado em segundo lugar com Celso Russomanno (Republicanos), com 12%, e Márcio França (PSB), com 10%. Jilmar Tatto, do PT, tem 6%. Com 32%, Bruno Covas (PSDB) lidera o levantamento.
No encontro promovido pelo Estadão em parceria com Fundação Armando Alvares Penteado (Faap) e apoio do Twitter, Boulos evitou o tom agressivo de outros debates. Embora mantenha uma política de boa vizinhança com o PT, ele deu sinais em direção ao eleitorado petista dizendo que é o nome da esquerda com mais chances de vencer Covas no segundo turno.
"Segundo turno é outra eleição. Imaginem vocês que eu com 17 segundos no horário eleitoral, sem máquina, sem empresário, estou neste lugar para ir ao segundo turno, imaginem com 10 minutos na TV", disse o líder do MTST.
Boulos citou propostas, mas não respondeu à pergunta de Arthur do Val (Patriota) sobre qual seria o impacto orçamentário das promessas descritas em seu plano de governo. O candidato do PSOL disse que a prefeitura tem R$ 19 bilhões em caixa, que pretende arrecadar entre R$ 10 bilhões e R$ 15 bilhões com a cobrança dos inscritos na dívida ativa do município e citou outras possíveis fontes de receita, mas não disse quanto custaria a implementação de seu programa.