Brasil não terá paz enquanto Lula estiver preso, diz Ciro

Em um evento com sindicalistas, o pré-candidato do PDT à Presidência também criticou o Judiciário e o Ministério Público

19 jul 2018 - 20h40
(atualizado em 20/7/2018 às 12h17)

Em um evento com sindicalistas, na última quinta-feira (19) em Brasília, o pré-candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, adotou um discurso mais de esquerda, defendeu a liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e voltou a criticar o Judiciário e o Ministério Público.

"O Brasil nunca será um país em paz enquanto Lula não tiver recuperado sua liberdade", disse Ciro, sendo aplaudido pelo público composto basicamente de sindicalistas.

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"O Brasil nunca será um país em paz enquanto Lula não tiver recuperado sua liberdade", disse Ciro Gomes
"O Brasil nunca será um país em paz enquanto Lula não tiver recuperado sua liberdade", disse Ciro Gomes
Foto: Reuters

Ciro voltou a criticar o Judiciário, citando o domingo em que o desembargador Rogério Favreto, do Tribunal Regional da Federal da 4ª Região concedeu um habeas corpus ao ex-presidente, decisão que o juiz da primeira instância, Sérgio Moro, decidiu não cumprir e depois de muito vaivém, foi revogada pelo presidente do TRF-4, Carlos Eduardo Thompson Flores.

"Olhando para a política a gente percebe todo dia até uma irresponsabilidade de uma parte da nossa grande mídia, todo dia o mau exemplo do privilégio, da roubalheira e um verdadeiro caos institucional. Procurador fazendo política, juiz fazendo política, invadindo as atribuições uns aos outros, dos Poderes."

Ciro afirmou que a guerra de decisões sobre Lula foi uma "aberração" que assistiu "assustado".

"Como é que pode tanta aberração lidando com coisas graves como a liberdade do maior líder popular do país ou o próprio direito, regra de convivência que substitui a lei do mais forte, a prepotência, a violência e o caos", afirmou.

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Lula lidera as pesquisas de intenção de voto. Em sondagem CNI/Ibope do mês passado, Ciro apareceu com 8% das intenções de voto no cenário sem o petista e com 4% com o petista.

"Cometo erros"

Em um discurso talhado para o público que o ouvia, Ciro afirmou que o Brasil vive a maior crise da sua história moderna, uma crise "de muitas caras" --econômica, social e moral-- e que tem consciência do que lhe espera no que chamou de "campo minado" e "baderna" no país. E reconheceu que também comete erros.

"Eu não sou o dono da verdade, não sou poupado do erro, eu cometo erros. Eu cometo erros e não me custa nada reconhecer erros. Mas nenhum deles foi por deserção do que me trouxe à vida pública de volta, que é o compromisso e o amor a essa terra e a esse povo", afirmou.

"Quem quer que queira me ouvir veja que esse governo que eu liderar servirá aos mais pobres e aos trabalhadores".

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