Candidatos falarão sobre casamento gay em debate da CNBB

15 set 2014 - 16h50
(atualizado às 18h17)
<p>Debate será transmitido por 8 emissoras de televisão e 230 de rádio</p>
Debate será transmitido por 8 emissoras de televisão e 230 de rádio
Foto: Ichiro Guerra / Divulgação

Oito dos 11 candidatos à presidência da República nas eleições de 5 de outubro participarão nesta terça-feira de um debate organizado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O encontro será retransmitido, ao vivo, pelo Terra,  em parceria com a TV Aparecida, a partir das 21h30. 

No debate, os presidenciáveis apresentarão suas posições sobre temas polêmicos para os religiosos, como o aborto e o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

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O presidente da CNBB, o cardeal Raymundo Damasceno, adiantou que o debate será focado em temas sociais e disse que espera que os candidatos se posicionem claramente sobre assuntos polêmicos, pois a população merece conhecer o que pensa cada um deles. 

"É um oportunidade para que a população, especialmente a católica, conheça qual é a influência da religião naqueles que querem governar o País", afirmou Damasceno, arcebispo de Aparecida e um dos 300 religiosos que estarão no evento.

O debate será realizado nas dependências do Santuário Nacional de Aparecida, no interior de São Paulo, e será retransmitido por oito emissoras de televisão e 230 de rádio controladas pela Igreja Católica.

A CNBB informou que os oito candidatos que confirmaram sua participação são: Dilma Rousseff (PT), Marina Silva (PSB), Aécio Neves (PSDB), Pastor Everaldo (PSC), Eduardo Jorge (PV), Eymael (PSDC), Levy Fidelix (PRTB) e Luciana Genro (PSOL).

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De acordo com a pesquisa Ibope divulgada na última sexta-feira, Dilma lidera as intenções de voto no primeiro turno com 39%, seguida por Marina com 31%, por Aécio com 15% e por Everaldo com 1%.

Em um eventual segundo turno entre Dilma e Marina, as duas estão tecnicamente empatadas, com 43% para a candidata do PSB e 42% para a atual presidente.

Tanto Marina como Aécio e Everaldo se manifestaram claramente contra o aborto, que no Brasil é permitido em casos de estupro, risco para a mãe e anencefalia do feto, mas todos por motivos diferentes. Dilma também afirmou ser contra, mas no geral tenta evitar o assunto. Vários bispos inclusive "acusam" o PT de ser favorável a uma flexibilização da lei sobre a interrupção da gravidez.

Marina, que é evangélica e em sua juventude chegou a passar pela Casa Madre Elisa, um pré-noviciado católico, possui posições muito próximas a da CNBB e foi alvo de duras críticas nas últimas semanas por ter retirado de seu programa de governo o apoio ao casamento gay.

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Outros dois candidatos que participaram do debate se declararam favoráveis ao aborto, à descriminalização da maconha e ao casamento entre pessoas do mesmo sexo: o médico Eduardo Jorge e Luciana Genro.

Os outros dois participantes, Levy Fidélix e José Maria Eymael, são mais conservadores e se declararam defensores das posições da Igreja.

Esta será a segunda vez que a CNBB organizará um debate entre candidatos à presidência, depois das eleições de 2010, quando promoveu um encontro no qual Dilma não compareceu devido à polêmica provocada pela decisão de alguns bispos de boicotar sua candidatura por considerá-la uma defensora do aborto.

No primeiro bloco do debate, os candidatos terão que responder a uma mesma pergunta feita pela CNBB e, no segundo, a perguntas diretas de oito bispos. Já no terceiro, responderão a perguntas de jornalistas de mídias católicas, enquanto o quarto bloco será reservado para o confronto entre si. No quinto, os candidatos farão suas considerações finais.

  
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