'Carreata' de Lula reúne militância e figuras históricas da esquerda em último ato da campanha

Candidato líder nas pesquisas de opinião para a Presidência, o petista chegou à Avenida Paulista por volta das 13h e desceu a Consolação até o centro da capital paulista em carro aberto

1 out 2022 - 15h02
(atualizado às 15h48)
Lula e Haddad participaram de ato em São Paulo
Lula e Haddad participaram de ato em São Paulo
Foto: Allison Sales/FotoRua / Estadão

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez nesta tarde, em São Paulo, o último ato de sua sexta campanha à presidência cercado pela militância e por figuras históricas da esquerda. O ato teve início na Avenida Paulista e desceu pela Rua Augusta até as proximidades da Praça Roosevelt, no centro. Por pouco mais de uma hora, Lula acenou a apoiadores, pulou, dançou e se apoiou em cima da caminhonete de onde participava do evento ao lado do candidato do PT ao governo do Estado de São Paulo, Fernando Haddad.

Uma pequena caminhonete levou, na caçamba, Lula, Haddad, e também o candidato a vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), o candidato ao Senado por São Paulo na chapa, Márcio França (PSB), e a esposa de Lula, Janja da Silva. Militantes caminhavam no entorno. Em obediência à lei eleitoral, que proíbe a realização de comícios a menos de dois dias da ida às urnas, os dois não discursaram. Apenas cumprimentaram apoiadores.

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Alckmin, que era criticado pela militância de esquerda quando integrante do PSDB, foi bem recebido pela militância, aos gritos de "aha-uhu, o chuchu é nosso" e "chuchu no Jaburu". Dois militantes que conseguiam se aproximar do carro das autoridades também disseram a Alckmin "obrigada por vir para o nosso lado".

Entre os presentes no evento estavam figuras históricas da esquerda. Apesar das pancadas de chuva na região da Paulista por volta de meio-dia, compareceram os candidatos a deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP), Marina Silva (Rede-SP) e Orlando Silva (PCdoB-SP), além de figuras históricas do PT que não disputam as eleições deste ano, como o ex-deputado federal José Genoino e o coordenador do programa de governo de Lula, Aloizio Mercadante.

O início na Avenida Paulista é simbólico para o PT, já que a região é comumente usada por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) se manifestarem. Também para fazer contraponto a Bolsonaro, a campanha do PT tem usado a bandeira do Brasil em peças na TV, rádio e eventos. Uma bandeira do Brasil foi colocada no capô do carro que levava Lula e seus aliados.

No domingo, o ex-presidente vota logo cedo em São Bernardo do Campo (no ABC Paulista) e, ao final da tarde, acompanhará a apuração dos votos em um hotel na capital. De lá, seguirá para um ato político na Avenida Paulista, não importa o resultado das eleições - se uma vitória em primeiro turno ou um cenário de segundo turno com Bolsonaro.

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O Sudeste como 'fiel da balança'

Lula fez agenda intensa pelo País na reta final para tentar um "sprint" de votos que permita liquidar a eleição em primeiro turno. Ontem, teve agenda no Rio de Janeiro, Bahia e Ceará. Em São Paulo, mais do que consolidar sua vantagem no Estado, ao apresentar Alckmin, que foi governador por quatro vezes, como ativo eleitoral, Lula almeja embalar os aliados Haddad e França.

A campanha petista trata o Sudeste como prioridade nessas eleições. Pelas contas do partido, a região será a fiel da balança para consolidar o sonho de vencer em primeiro turno. Em São Paulo, maior colégio eleitoral do País, Lula tem 42% das intenções de voto e seu principal adversário, o presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL), 35%.

No ato deste sábado, militantes de movimentos sociais eram responsáveis por fazer cordões humanos em volta do carro, para tentar proteger o candidato. Agentes da Polícia Federal, que acompanham Lula dia e noite, também faziam a segurança. O petista também tem usado uma espécie de colete à prova de balas em atos abertos, por baixo da roupa.

Mas o presidente quebrou as recomendações da segurança com o ato deste sábado, quando desfilou em caminhonete aberta, sem proteção de vidro no teto ou nas laterais, por cerca de 1 hora e 15 minutos. Diversas vezes, pendurava-se para fora do veículo.

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A equipe de Lula mostrava preocupação com a segurança do petista, durante todo o evento. Como mostrou o Estadão, nem pedidos mais eloquentes da PF, que faz a segurança do petista, impedem o ex-presidente de quebrar protocolos de segurança para abraçar a militância. Mesmo em palanques, o petista tem descido, ou se abaixado nas beiradas dos palcos para dar as mãos e tirar selfies.

 

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