Caso Petrobras indica ação "institucionalizada", diz Aécio

Vazamentos de áudios de delação de ex-diretor da Petrobras indicariam ação institucionalizada no PT, disse Aécio em entrevista no Rio

9 out 2014 - 19h30
(atualizado às 19h50)
<p>Aécio Neves conversou com jornalistas em um comitê de campanha no Leblon, área nobre do Rio, nesta quinta-feira, 9 de outubro</p>
Aécio Neves conversou com jornalistas em um comitê de campanha no Leblon, área nobre do Rio, nesta quinta-feira, 9 de outubro
Foto: Janaina Garcia / Terra

O candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, afirmou nesta quinta-feira que o vazamento de áudios da delação do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, aponta para um desvio de conduta “institucionalizado” no PT. O tucano conversou com os jornalistas em um comitê de campanha no Leblon, área nobre do Rio – cidade em que o candidato tem residência no bairro de Ipanema, também na zona sul carioca.

Aécio afirmou que o escândalo –“em qualquer país do mundo, isso seria o maior escândalo da história”, classificou –será explorado em sua campanha, nas duas semanas que restam do segundo turno, a fim de que o eleitor “possa fazer seu julgamento”. “Temos que aguardar para que todas essas delações cheguem aos brasileiros e eles possam fazer o julgamento mais adequado sobre se é isso que querem”, declarou.

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O candidato também criticou o fato de, quando Costa renunciou, representantes do governo federal terem qualificado como “desvio de conduta” as irregularidades que surgiam em relação a ele – entre as quais, as denuncias de que teria recebido propina quando era diretor na estatal.

“Aquilo que o governo chamava de desvio de conduta agora atinge de forma institucional um partido político. Um ex-tesoureiro do PT foi preso (Delúbio Soares, condenado do mensalão) e foi sucedido por esse tesoureiro, denunciado por integrantes da própria quadrilha”, afirmou Aécio. Ele se referiu ao tesoureiro João Vaccari, o qual, segundo o delator depôs à Justiça Federal, receberia em propina 3% dos valores pagos pela Petrobras em contratos de produção, gás e energia.

Ontem, pessoas ligadas à campanha informaram que havia a possibilidade de o candidato anunciar na entrevista coletiva de hoje, na capital fluminense, o apoio do deputado federal Romário (PSB), eleito domingo para o Senado Federal, anunciar apoio ao presidenciável. Romário não compareceu à entrevista. O tucano, por sua vez, acenou ao pessebista, com quem diz ter conversado por telefone, e disse ter visto nele “uma das grandes surpresas do Congresso Nacional”. “Para mim será um prazer se incorporar algumas de suas preocupações, como o tema das pessoas com deficiência. Vamos aguardar que ele também se manifeste".

Apoio de Marina

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Sobre o apoio ainda não declarado de Marina Silva (PSB), e sobre a lista de exigências que a ex-presidenciável fez para declarar o apoio, Aécio evitou polemizar. “Todas as sugestões que puderem aprimorar nosso programa serão muito bem vindas, mas, quando se busca apoio no segundo turno, não podemos abdicar também do que é essencial ao país”, afirmou, para completar: “Temos que aguardar as forças políticas que tiveram um outro posicionamento no primeiro turno para ter tempo para tomar a decisão que julgue mais adequada, eu não vou parar minha campanha para isso. Tenho que olhar para frente e eu sei quem são meus adversários”. 

Críticas de Dilma são "ato de desespero"

Aécio também rebateu críticas da presidente Dilma em agenda hoje em Salvador. Em entrevista a rádios baianas, a petista criticou o economista Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central e integrante da campanha tucana, ao afirmar que ele “não gosta do salário mínimo”. “Eles implicam com o salário mínimo (...). Eles acham que o salário mínimo é recessivo”, afirmaras a petista.

Em nota, Fraga classificou as declarações como “absurdo” e disse que Dilma “está mal informada ou distorce os fatos”. Na coletiva, o presidenciável foi taxativo: “Esse é um ato desesperado de uma presidente que está prestes a ser derrotada”, opinou.

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Fonte: Terra
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