Cinegrafista agredido por apoiador de Roberto Jefferson deixa UTI e conta sobre o ataque

“Nós nos afastamos, só que não deu tempo”, conta Rogério de Paula, que segue internado

24 out 2022 - 14h51
(atualizado às 15h18)
Cinegrafista segue em recuperação após ataque de apoiador de Roberto Jefferson
Cinegrafista segue em recuperação após ataque de apoiador de Roberto Jefferson
Foto: Reprodução/Inter TV

O cinegrafista Rogério de Paula, de 59 anos, foi agredido por um apoiador de Roberto Jefferson neste domingo, 23, enquanto trabalhava cobrindo a tentativa de prisão do ex-deputado pela Polícia Federal. Na manhã desta segunda-feira, 24, o cinegrafista teve alta da UTI e contou sobre o ocorrido.

“Nós seguimos todos os nossos protocolos de não ficar muito perto das pessoas. Nós nos afastamos, só que não deu tempo, né. Nós saímos de lá e quando a gente virou de costas aí nós fomos agredidos e tô aqui, nesse hospital, muito bem cuidado”, declarou Rogério, em vídeo à Inter TV, da Rede Globo.

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Quem o agrediu foi Diogo Lincoln Resende, que agora está sendo investigado por lesão corporal. De acordo com a Secretaria de Estado da Polícia Civil, pelo 108ª DP de Três Rios, ele prestará depoimento e testemunhas serão ouvidas. Já a vítima, o cinegrafista, irá depor depois de ter alta médica.

De acordo com o Inter TV, o agressor atuava como assessor na câmara de Três Rios há pelo menos cinco anos e, atualmente, trabalhava como assessor de um vereador. Com a repercussão do caso, ele foi exonerado.

Ataque

Momentos antes da agressão, um grupo de bolsonaristas cercou o cinegrafista e o repórter Carlos Miranda, ameaçando para que eles desligassem a câmera. 

“Quando nós viramos de costas, eu senti um empurrão por trás e um soco da câmera, a câmera batendo na cabeça. Fiquei um pouco zonzo e caí. Aí todo mundo juntou em cima e aí eu fiquei parado, para [me prevenir] se tivesse acontecido alguma coisa mais grave”, conta Rogério.

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Na sequência, o Corpo de Bombeiros socorreu o cinegrafista, que foi encaminhado para o hospital Nossa Senhora da Conceição, que fica na cidade vizinha de Três Rios. 

O cinegrafista explica que, na hora, estava “tudo bem”, mas os bombeiros o levaram para o hospital para fazer alguns exames por conta de uma operação de aneurisma que ele fez há alguns meses na região. “Teria que ter mais cuidados”, conta.

De acordo com a Inter TV, ele permaneceu na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) até a manhã desta segunda-feira e, agora, foi encaminhado para o quarto, permanecendo sob cuidados médicos. A previsão é que ele seja liberado na terça-feira, 25.

Otimista frente a situação, Rogério ressalta em seu depoimento que “foi só um susto” e que está tudo bem. “Daqui a pouco de volta”.

Roberto Jefferson

Jefferson resistiu por 8 horas ao cumprimento da ordem de prisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, atacando agentes com tiros de fuzil e uma granada. Por volta das 19 horas de domingo, se entregou

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Na madrugada desta segunda-feira, 24, o ex-deputado foi levado ao Presídio José Frederico Marques, conhecido como Benfica, na zona norte do Rio de Janeiro. Agora, durante a tarde, ele foi transferido para Bangu 8, no Complexo Penitenciário de Gericinó.

Em agosto de 2021, Roberto Jefferson foi preso por ameaças aos ministros do STF, com vídeos em que empunhava armas. Ele ficou no Complexo Prisional de Gericinó, em Bangu, no Rio, mas foi transferido em janeiro deste ano para a prisão domiciliar. A defesa alegou que ele estava com a saúde fragilizada.

O ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou que o ex-deputado federal e ex-presidente voltasse para a cadeia após ter descumprido as condicionantes de sua prisão domiciliar.

Na última semana, Jefferson apareceu em um vídeo publicado pela filha, a ex-deputada Cristiane Brasil, proferindo ofensas contra a ministra Cármen Lúcia, do STF. O petebista comparou a ministra com uma “prostituta” por ter acompanhado o voto do ministro relator, Alexandre de Moraes, à transmissão de declarações falsas contra Lula, candidato do PT à presidência, pela rádio Jovem Pan.

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O ex-deputado é investigado no inquérito que apura a atuação de uma organização criminosa que teria atentado contra a Democracia e as Instituições brasileiras.

Jefferson também foi condenado por participação no esquema do Mensalão em novembro de 2012, a 7 anos e 14 dias de prisão pela venda de votos. Três anos depois, ganhou a liberdade condicional. Em 2008, em audiência na Justiça, confessou ter recebido R$ 4 milhões do esquema.

Fonte: Redação Terra
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