Um cinegrafista da Inter TV, afiliada da Rede Globo, foi agredido por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, quando estava em frente à casa do ex-deputado Roberto Jefferson, na tarde deste domingo, 23.
O profissional trabalhava na cobertura da tentativa de prisão do ex-deputado, que atirou contra agentes da Polícia Federal.
O grupo de bolsonaristas cercou o jornalista e com ameaças tentou fazer com que ele desligasse a câmera.
Um homem empurrou o cinegrafista pelas costas, que se desequilibrou, derrubou a câmera e bateu com a cabeça no chão. O profissional chegou a desmaiar.
O Corpo de Bombeiros socorreu o jornalista, que foi encaminhado para o hospital Nossa Senhora da Conceição, que fica na cidade vizinha de Três Rios.
Segundo a Globo News, o cinegrafista está lúcido e passa por exames. A Inter TV afirmou que vai prestar um boletim de ocorrência, e a Federação Nacional dos Jornalistas e o Sindicato de Jornalistas do Município do Rio de Janeiro repudiaram e condenaram o ato.
Prisão
Roberto Jefferson foi preso em agosto de 2021 por ameaças aos ministros do STF, com vídeos em que empunhava armas. Ele ficou no Complexo Prisional de Gericinó, em Bangu, no Rio, mas foi transferido em janeiro deste ano para a prisão domiciliar. A defesa alegou que ele estava com a saúde fragilizada.
O ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou que o ex-deputado federal e ex-presidente voltasse para a cadeia após ter descumprido as condicionantes de sua prisão domiciliar.
Na última semana, Jefferson apareceu em um vídeo publicado pela filha, a ex-deputada Cristiane Brasil, proferindo ofensas contra a ministra Cármen Lúcia, do STF. O petebista comparou a ministra com uma “prostituta” por ter acompanhado o voto do ministro relator, Alexandre de Moraes, à transmissão de declarações falsas contra Lula, candidato do PT à presidência, pela rádio Jovem Pan.
O ex-deputado é investigado no inquérito que apura a atuação de uma organização criminosa que teria atentado contra a Democracia e as Instituições brasileiras.
Jefferson também foi condenado por participação no esquema do Mensalão em novembro de 2012, a 7 anos e 14 dias de prisão pela venda de votos. Três anos depois, ganhou a liberdade condicional. Em 2008, em audiência na Justiça, confessou ter recebido R$ 4 milhões do esquema.