Ao minimizar o apoio do Centrão a Geraldo Alckmin (PSDB) nas eleições 2018, o candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes, disse que o grupo provavelmente o apoiará se ele for eleito. "Quantos minutos vocês acham que vai demorar para eles me apoiarem? Eu, com o governo na mão?", disse ele em Porto Alegre, quando questionado por jornalistas sobre o assunto. Ciro esteve na capital gaúcha na noite desta quinta-feira, 26, para a convenção estadual do PDT, que referendou Jairo Jorge como candidato ao governo do Rio Grande do Sul.
O presidenciável disse ainda não querer "desdenhar" do grupo político, mas afirmou que a aliança com o Centrão "nunca esteve em seus cálculos". "Só estou dizendo que a iniciativa desse apoio (do Centrão) jamais esteve nas minhas cogitações. A vida inteira estivemos em campos opostos", afirmou.
Mais contido após a divulgação, pelo Estado, da entrevista a uma TV do Maranhão na qual afirmou ser necessário o colocar juízes e o Ministério Público "na caixinha", Ciro também criticou a atual situação política do País. "O povo tem notícias infames e malcheirosas da roubalheira do privilégio, da mentira e da absoluta anarquia com que se comportam os poderes da República. É o judiciário se metendo na política, é o Ministério Público, mesmo de boa fé, querendo tutelar o poder democrático", disse.
Na convenção que oficializou a candidatura do ex-prefeito de Canoas (RS) ao governo gaúcho, Ciro, Jairo e o ex-governador do Estado Alceu Collares (PDT) foram os mais aplaudidos pelo público no Teatro da Assembleia Legislativa. No evento também estavam presente o presidente nacional da sigla, Carlos Lupi, e de outras autoridades locais do partido.
Em seu discurso, Ciro destacou "a retidão e honestidade" de Jairo e afirmou que "o Rio Grande vai procurar o melhor caminho e ele". O candidato ao governo gaúcho afirmou que o presidenciável é "um exemplo de integridade moral e ética" e que irá "realizar o sonho de Brizola sendo eleito presidente da República pelo PDT".
O evento ocorreu no mesmo dia em que a Justiça Federal bloqueou os bens de Jairo Jorge, no âmbito de um processo de improbidade administrativa por supostas irregularidades na contratação de serviços para a saúde de Canoas. Em seu discurso, o postulante ao governo gaúcho afirmou que "em 33 anos, nunca teve ação ou condenação por corrupção", e disse ser "ficha limpa".
Jairo Jorge também criticou o MDB do governador José Ivo Sartori e o PSDB do pré-candidato ao governo Eduardo Leite. "Eles, na campanha, não falam em aumentar impostos, mas quando chegam ao governo é a primeira coisa que fazem", disse. O pedetista afirmou que não atrasará os salários dos servidores públicos e que não fechará escolas e hospitais. Jairo também prometeu diminuir impostos e a burocracia do Estado.