Os presidenciáveis Jair Bolsonaro (PL), Lula (PT), Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB), Padre Kelmon (PTB), Soraya Thronicke (União Brasil) e Felipe D'Avila (Novo) comentaram o debate realizado nesta quinta-feira, 29, pela TV Globo, e deram suas impressões sobre o encontro entre os candidatos.
Atual presidente e candidato à reeleição, Bolsonaro afirmou à jornalista Renata Lo Prete, da TV Globo, que gostaria de ter tido mais tempo para poder discutir melhor suas propostas. Apesar disso, avaliou o debate positivamente e considerou que conseguiu mostrar os objetivos e características de seu governo.
"Um governo sem corrupção, que não quer censurar a mídia. Um governo que respeita a família, que recuperou a economia pós pandemia. Temos uma das gasolinas mais baratas do mundo, temos o maior programa social da história do Brasil, R$ 600 para 20 milhões de família e a grande parte mulheres", disse ele.
O ex-presidente e candidato Lula comentou que, pela quantidade de participantes, os candidatos ficam 'frios' entre as perguntas. "Olha debate é debate, debate é como um jogo de futebol, depende muito do jogo do adversário. O debate com muita gente é sempre mais difícil, porque você fica muito tempo parado entre uma pergunta e outra e você nunca se esquenta totalmente", observou. "Mas ao mesmo tempo eu acho que é muito bom para fortalecer a democracia".
Tambem após o debate, Ciro Gomes disse que o evento foi uma "oportunidade importante para os brasileiros assistirem o testemunho forte daquilo que estou tentando que Deus ilumine minha palavra para que as pessoas se toquem antes de votarem no dia 2", afirmou. "O nível de radicalização, de ódio, se espalha para baixo... candidato laranja [referência a Padre Kelmon] em pleno século 21? A gente precisa amadurecer".
Questionado pela jornalista Renata Lo Prete se, na questão do meio ambiente, ele discorda de Jair Bolsonaro (PL) mais do que em relação a Lula (PT), Ciro foi enfático: "Profundas, radicais e insuperáveis [diferenças com Bolsonaro em relação ao meio ambiente]. Bolsonaro é inimigo da natureza".
Simone Tebet afirmou que "nunca a democracia brasileira precisou tanto participar, assistir um debate" como agora para definir em quem votará para presidente. "É um debate que, lamentavelmente, em alguns momentos nós vimos o acirramento, a polarização, brigas, ódios, mentiras sendo feitas aqui em rede nacional. Mas, espero pelo menos ter contribuído de alguma forma apresentando soluções reais para os problemas reais do Brasil".
Ao ser questionada de onde pretende tirar o dinheiro para aumentar o repasse federal para o SUS, a candidata respondeu: "Exemplo, do orçamento secreto. Tem R$ 20 bilhões todo ano, para aumentar o teto da tabela SUS estamos calculando algo em torno de R$ 7 bilhões por um ano, então é um terço do orçamento secreto", afirmou. A candidata ainda acrescentou que para fazer o poupança jovem de R$ 5 mil, pretende aplicar economia com os gastos tributários do Brasil. "Basta não roubar e colocar o dinheiro público no lugar certo".
Já Padre Kelmon diz ter gostado do debate e da oportunidade de um padre falar pela primeira vez sobre política. 'É um lugar onde nós precisamos resgatar valores", afirmou. "Todo mundo aqui falou 'vamos fazer', mas fazer pra quem? Nós precisamos valorizar o dom da vida (...) eu sou a favor que as pessoas tenham direito em ter duas pessoas de direita disputando, e ela escolhe aquele que ela achar que é melhor".
Soraya Thronicke também deu seu parecer e lamentou não ter tido chance de discutir o Brasil de uma forma mais educada. "Lógico o tempo é pouco e todas as questões que aconteceram que todos viram, atrapalham realmente, mas as pessoas podem ir até nossas redes sociais, temos muito vídeos, programas de TV, que mostram nossas propostas. Importante o Brasil ter essa oportunidade de avaliar".
A candidata também mencionou a fala de Bolsonaro ao alegar que ela gosta de pedir cargos no governo federal. "Eu só tinha dois cargos, um na Sudeco e um no Ibama. É natural que um governo seja montado por pessoas que consideram idôneas. Quando ele disse que não deu [cargos], ele mentiu, porque ele deu. Mas não tinha mais condições de participar desse governo", disse.
Por fim, Felipe D'Avila pontuou que, apesar de tumultuado, o debate serviu para discutir propostas e "para esclarecer melhor o voto do eleitor, para ele separar o joio do trigo", completou, mencionando as cotas raciais, tema que foi abordado no encontro entre presidenciáveis.
"Somos a favor das cotas sociais, não só raciais, sociais, essas são mais eficazes e todas as cotas têm de ser temporárias. O que nós precisamos nesse País é que a lei seja igual para todos e nós não atingimos esse grau de maturidade, é muito importante trabalhar para que a lei seja igual para todos, para combater justamente a discriminação, mas nós preferimos as cotas sociais".