Com presença de Alckmin, convenção do DEM tem ironia a Lula

Rodrigo Maia, presidente da sigla, falou em 'novo momento' do partido e tucano elogiou 'coerência ideológica e coragem' de integrantes do DEM

2 ago 2018 - 14h11

BRASÍLIA - O DEM oficializou nesta quinta-feira, 2, em convenção nacional, o apoio do partido à pré-candidatura do PSDB à Presidência, encabeçada por Geraldo Alckmin. No ato político, dirigentes do partido e o presidenciável tucano aproveitaram para ironizar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso e condenado no âmbito da Operação Lava Jato, mas sem fazer citações nominais ao petista. Isso porque, em 2010, Lula disse que era preciso "extirpar o DEM da política brasileira".

"A democracia se faz do fortalecimento dos nossos partidos. O DEM é um partido que, mesmos nos piores momentos, sempre foi forte. No governo do PT, tentaram extirpar o DEM da política. Lembramos disso porque foi um ataque à democracia", afirmou o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ), antes de enaltecer o novo momento do partido.

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Convenção nacional do DEM aconteceu nesta quinta
Convenção nacional do DEM aconteceu nesta quinta
Foto: Divulgação/DEM / Estadão

Na sequência foi a vez de Alckmin falar aos militantes e ele também fez menção ao episódio. "Maia tinha todas as condições de ter candidatura, mas abriu mão em uma atitude generosa. Quero destacar aspectos importantes do DEM: a coerência ideológica e a coragem", disse Alckmin. "Tinha um ex-presidente que dizia que queria acabar com o DEM porque não queria oposição. Achava que o poder político era propriedade privada. O DEM teve uma enorme capacidade de refundar, reformular e fortalecer o partido. É uma legenda com quadros", emendou.

Em sua vez, o presidente do DEM, ACM Neto, citou "momentos difíceis" que o partido enfrentou nos últimos 16 anos, mas sem mencionar o episódio. "Nós aguardamos 16 anos por esse momento. Confesso aos colegas que eu me perguntei: será que valeu a pena? Nos mantivemos na oposição e hoje posso dizer, com toda tranquilidade, que vale a pena, sim, as decisões que tomamos e os riscos que corremos", defendeu.

Troca de elogios

Alckmin também procurou enaltecer a capacidade de articulação política do DEM, creditada a Maia, que abdicou de sua pré-candidatura em troca de ter o apoio do PSDB para se manter no comando da Câmara dos Deputados. "Será importante e necessária a capacidade do DEM de articulação política. O DEM é um partido que o Brasil precisa, ficamos felizes de somar esforços com vocês", disse o tucano.

O presidente do DEM, ACM Neto, também foi cortejado pelo tucano. "Quero destacar a grande competência gerencial do ACM Neto. Na crise, (ACM Neto) foi reeleito com 74% dos votos. Isso é um reconhecimento popular inédito", disse Alckmin.

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ACM, por sua vez, fez críticas ao populismo, sem citar qualquer líder político, e disse que o DEM é uma "família". "A partir do próximo ano, vamos viver momentos difíceis. Decisões duras precisam ser tomadas e não adiantam governos populistas. Chegamos até aqui e conseguimos construir consenso. Esse partido é muito mais do que a soma de grandes políticos, é uma família", disse.

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