Comitês "Edualdo" viram "Marinaldo" no interior de São Paulo

Líderes regionais do PSB dizem que vão continuar apoiando Geraldo Alckmin para governador de São Paulo mesmo contra a vontade de Marina Silva

29 ago 2014 - 08h09
Banners em apoio à Alckmin dividem espaço com os de Marina Silva no comitê do PSB em Araçatuba, no interior de São Paulo
Banners em apoio à Alckmin dividem espaço com os de Marina Silva no comitê do PSB em Araçatuba, no interior de São Paulo
Foto: Chico Siqueira

Os comitês “Edualdo” estão se transformando em comitês “Marinaldo” no interior de São Paulo. Os líderes regionais do PSB recusaram a proposta de transformar seus comitês em Casas de Marina e disseram que vão manter a dobradinha com Geraldo Alckmin, governador de São Paulo e candidato à reeleição pelo PSDB.

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Marina Silva (PSB), que na época da instalação dos comitês “Edualdo” pediu para não ter sua imagem associada à de Alckmin, não terá sua vontade atendida desta vez. Os comitês afirmam que vão fixar a propaganda da candidata e de seu vice, mas vão manter a de Geraldo Alckmin, mesmo que Marina seja contra. Eles alegam que Marina, agora como presidente, tem de manter os compromissos assumidos por Eduardo Campos e apoiar Márcio França, que é presidente estadual do PSB e candidato a vice na chapa de Alckmin. 

Em Araçatuba, o comitê começou nesta terça-feira a fixar os banners com fotos de Marina e seu vice, Beto Albuquerque, mas não retirou a propaganda em que Eduardo Campos aparece entre Geraldo Alckmin e Márcio França. Os comitês de Marília e Bauru também afirmam que não vão retirar os cartazes com a foto de Alckmin.

“Agora não é mais comitê 'Edualdo'; é comitê 'Marinaldo'”, brincou o coordenador do comitê do PSB de Araçatuba, José Cláudio Ferreira, enquanto fixava um cartaz de Marina e Beto, de 2 metros de largura por 1,5 metro de altura, na entrada do comitê. “Vai ficar ao lado deste aqui”, dizia ele, mostrando um cartaz, bem maior, que mostra as fotos de Campos, Alckmin e França, de dois metros de altura por dois de largura.

A intenção dos comitês é colar a campanha na imagem de Alckmin que, segundo as pesquisas, tem 50% das intenções de voto para governador. Os coordenadores dos comitês argumentam que Marina deve aceitar Alckmin porque, além de o governador ter o presidente do PSB de São Paulo como vice na sua chapa, também tem chance de faturar muitos votos do PSB no interior de São Paulo, onde Alckmin tem mais da metade dos votos, sem contar que agora ela deve manter os acordos assumidos por Eduardo Campos.

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“Antes ela era vice, agora ela é candidata à presidência no lugar de Eduardo. Se não quer subir no palanque, o Beto sobe, mas não pode rejeitar uma oportunidade como essa do Alckmin”, diz o presidente do PSB em Araçatuba, José Avelino Pereira, o Chinelo, que também é da executiva nacional do partido. “A decisão do partido é que Marina deve manter os acordos feitos por Eduardo quando estava vivo”, afirmou Pereira.

Em Marília, o comitê também não vai abrir mão da dobradinha com Alckmin, pelo contrário, a ideia é colar a campanha de Marina na de Alckmin. “Vamos colocar a propaganda de Marina presidente, mas não vamos retirar as fotos de Alckmin”, disse o deputado federal Abelardo Camarinha, presidente do PSB em Marília. “Vamos colocar os cartazes de Marina e Beto ao lado dos cartazes do Alckmin. Aqui nosso diretório será Marina-Geraldo”, afirmou.

Segundo Camarinha, “Marina tem obrigação política, moral e até espiritual de manter os compromissos assumidos por Eduardo”, disse. Para ele, “não seria inteligente desprezar um apoio com 60% dos votos na cidade”, disse, se referindo às pesquisas que dão a Alckmin 60% dos votos em Marília para governador.

Em Bauru, o comitê também deverá manter a propaganda de apoio a Alckmin, mesmo com a entrada de material de Marina e Beto Albuquerque. “Vamos dar um jeito para harmonizar essa situação, mas não vamos desprezar o potencial de Alckmin”, disse Flávio Guedes, um dos responsáveis pelo comitê de Bauru. Segundo ele, o comitê esperar iniciar a campanha com o material de Marina a partir de 1° de setembro.

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Fonte: Especial para Terra
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