Fatalidades marcaram duas cidades que realizam eleições para prefeito em 2024 e fizeram com que mudanças ocorressem nas campanhas políticas, mesmo após o vencimento do prazo para registrar candidaturas, fixado em 15 de agosto pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
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Isso só foi possível porque a Justiça Eleitoral aceita troca de candidaturas em casos de falecimento antes do dia das eleições, desde que o partido peça a substituição de nome em até dez dias após ter notificado o óbito.
Essa é a realidade em duas cidades brasileiras até o momento. Veja quais:
João Dias (RN)
Marcelo Oliveira (União Brasil), até então prefeito de João Dias, cidade a 353 km de Natal, no Rio Grande do Norte, foi morto a tiros em um atentado no dia 27 de agosto. Junto a ele estava seu pai, Sandi Oliveira, que também morreu no ataque.
Marcelo Oliveira era o nome político de Francisco Damião de Oliveira. Ele tinha 38 anos, foi casado com Fátima Mesquita, era pai de Matheus e Melinda, possuía Ensino Fundamental Completo e era natural de Antônio Martins, no Rio Grande do Norte.
Em nota enviada ao Terra, a Secretaria de Estado da Segurança Pública e da Defesa Social (Sesed) do Rio Grande do Norte informou, na época, "determinou reforço nos efetivos da Polícia Militar e Polícia Civil com o objetivo de identificar, localizar e prender os criminosos".
O Terra entrou em contato com a Sesed para saber se há atualizações do caso e aguarda resposta.
O partido enviou solicitação para que a candidatura seja substituída pela viúva de Marcelo Oliveira, Maria de Fátima Mesquita, também do União Brasil. A Justiça Eleitoral acatou o pedido no dia 12 deste mês. "Me comprometo a continuar o trabalho de meu marido. Junto com o povo de João Dias, enfrentaremos o medo e a criminalidade com união, força e fé. Não nos curvaremos ao terror, e juntos, transformaremos a dor em coragem e seguiremos em frente", declarou a candidata nas redes sociais.
Itatinga (SP)
Vereador e até então candidato a prefeito de Itatinga, no interior de São Paulo, Lukas Machado (Podemos), foi encontrado morto aos 30 anos, no dia 23 de agosto.
Sem sinais de violência, o corpo foi encontrado em sua casa no centro da cidade. A suspeita da Polícia Civil é de overdose. "Como ele é candidato a prefeito, especulou-se que poderia se tratar de um crime político, mas não é o caso. Ele não tinha sinais de uma morte violenta. O corpo tinha sangue no rosto, mas isso viria da queda da própria altura ao infartar por conta da overdose. Essa é nossa principal suspeita, mas vamos aguardar os laudos", explica, na época, o delegado Lourenço Talamonte, responsável pelo caso.
O Terra aguarda resposta da Secretaria de Segurança Pública (SSP) de São Paulo sobre atualizações do caso.
Dias após a morte, o Podemos solicitou, em 29 de agosto, a substituição da candidatura de Lukas pela candidata a vice, Aline Santiago (PSD). Nas redes sociais, a agora candidata a prefeita lamentou a morte do colega de chapa e prometeu seguir o legado de seu antecessor.
Outros falecimentos
Segundo levantamento do jornal O Estado de S. Paulo, além da morte dos dois candidatos a prefeito, houve registro também de falecimento de quatro vices em chapas majoritárias e 67 candidatos a vereadores.