Os candidatos à Presidência Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) se enfrentam neste domingo em uma disputa que acentuou divisões no país.
As últimas pesquisas Datafolha e Ibope sugerem, respectivamente, uma vantagem de 6 a 8 pontos da petista sobre o tucano numa disputa em que ambos estiveram tecnicamente empatados na maior parte do tempo.
Alguns Estados se tornaram frentes de batalha especiais, pela importância em termos numéricos, divisão do eleitorado e valor simbólico. No primeiro turno, eles reverteram tendências históricas e, no domingo, podem apresentar novas surpresas.
Conheça os cinco principais "cabos de guerra" deste segundo turno.
São Paulo
Maior colégio eleitoral do Brasil, com quase 32 milhões de eleitores, São Paulo foi um dos Estados em que o PT teve desempenho ruim no primeiro turno. Aécio Neves obteve mais de 44% dos votos e Dilma teve pouco mais de 25%, ficando menos de um ponto percentual à frente de Marina Silva (PSB).
O resultado foi declarado como um símbolo da rejeição ao PT, já que São Paulo é o "berço espiritual" da legenda e de alguns de seus principais líderes, como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
São Paulo é também um dos redutos do PSDB - o partido governa o Estado há 20 anos e Geraldo Alckmin foi reeleito governador no primeiro turno.
No entanto, tucanos e petistas agora aguardam para ver o impacto que a crise da escassez de água - que "estourou" após a votação do primeiro turno - pode ter no duelo paulista.
Segundo levantamento Datafolha divulgado na última sexta-feira, Aécio tem uma liderança confortável no Estado, com 55% das intenções contra 34% de Dilma.
Rio de Janeiro
Com um colégio eleitoral de mais de 12 milhões de votantes, o Rio de Janeiro registrou fragmentação no primeiro turno: Dilma obteve 36% dos votos válidos, Marina 31% e Aécio 27%.
O histórico de votações no Estado favorece o PT nas disputas de segundo turno contra o PSD. Mas o alto índice de abstenções (31%) e o destino dos votos que foram para Marina no primeiro turno são pontos cruciais na disputa deste domingo.
Pesquisa Datafolha divulgada na sexta-feira apontou Dilma na frente, com 52% dos votos totais, contra 35% de Aécio.
Minas Gerais
O segundo maior colégio eleitoral brasileiro foi uma das surpresas do primeiro turno das eleições. Visto como reduto de Aécio Neves, que foi governador por duas vezes e representa o Estado no Senado, Minas Gerais teve vitória de Dilma (43,4%) sobre Aécio (39,75%). Marina Silva ficou com 14% dos votos.
A associação de Aécio com Minas era uma esperança do PSDB para interromper uma série de três vitórias petistas no Estado.
De acordo com a última pesquisa Datafolha, no entanto, a disputa agora está equilibrada, com os dois candidatos tecnicamente empatados: Dilma tem 45% das intenções de voto e Aécio 44%.
A disputa apertada levou a uma intensificação dos esforços de campanha no segundo turno e esforços do candidato de se aproximarem do eleitorado local.
Foi em Belo Horizonte que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um dos comícios mais ácidos de sua investida a favor de Dilma.
Rio Grande do Sul
Com 8,3 milhões de votos, o Rio Grande do Sul deu a Dilma, que passou boa parte de sua vida no Estado, vitória no primeiro turno.
A vantagem da petista - que ficou com 43,21% dos votos na primeira fase - foi estreita, no entanto. Aécio obteve 41,42% e Marina 11,50%.
Neste segundo turno, o PT também precisou concentrar forças no Estado em função da eleição para governador. Na disputa pelo governo gaúcho, o candidato do petista, Tarso Genro, aparece em grande desvantagem nas pesquisas de opinião, com 36% das intenções contra 53% do candidato José Ivo Sartori (PMDB) - que apoia Aécio Neves.
Pernambuco
Terra natal do ex-presidente Lula, Pernambuco foi o único Estado do Nordeste que não deu vitória a Dilma Rousseff no primeiro turno. Lá, Marina Silva venceu a primeira fase com 48,05% dos votos. Dilma teve 44,2% e Aécio 5,92%.
O resultado no colégio eleitoral de 5,6 milhões de eleitores, porém, foi atribuído à influência do ex-governador e presidenciável Eduardo Campos (PSB), morto num acidente de avião durante a campanha.
Após o apoio declarado do PSB e da família de Campos a Aécio, a campanha de Dilma desembarcou com força no Estado, contando com a participação do próprio Lula. Resta saber quem conseguirá conquistar mais eleitores.