O candidato do PSDB à prefeitura de São Paulo, José Luiz Datena, está insatisfeito com a postura de integrantes do seu partido em relação à sua campanha. Na última pesquisa Quaest, divulgada na quarta-feira, 28, o apresentador apareceu em quarto lugar, com 12% das intenções de voto. Segundo ele, apenas Marconi Perillo, presidente nacional da legenda, e o deputado mineiro Aécio Neves o procuraram depois do resultado do levantamento.
"Quando eu estava em primeiro lugar nas pesquisas soltei rojões, agora que caí, quase ninguém me ligou", desabafou o candidato durante a sabatina realizada pela GloboNews.
Cogitado a participar de todas as eleições desde o início da última década, Datena afirmou que não imaginava que a disputa de 2024 seria a mais disputada. "Escolhi a eleição errada. Nas outras eu estava com 25%, 30% já de saída. Ninguém sabe quem vai ganhar essa eleição”, avaliou.
Mesmo estando à frente das câmeras comandando programas de TV, o candidato tucano reconhece que não está acostumado aos debates televisivos e que não teve um bom desempenho nos que participou até o momento. "O debate é fundamental para se ter uma ideia do que os candidatos representam para que se votem nele ou não, para a democracia”, disse o jornalista.
Crítica aos adversários
Durante a entrevista, Datena não poupou os candidatos que aparecem à sua frente nas pesquisas, seja criticando planos de governo, ações governamentais ou a postura deles durante a campanha. Sobre Guilherme Boulos (PSOL), criticou a proposta de dobrar o número de agentes da Guarda Civil Metropolitana, mas afirmou que pretende fazer o mesmo, ressaltando que a sua intenção é que a corporação fique cada vez mais armada, inclusive com porte de fuzis.
O candidato voltou a falar da gestão Nunes e a infiltração do crime organizado nas empresas de ônibus da cidade. Datena afirmou que vai acabar com o subsídio dado às empresas de transporte para financiar a tarifa zero dos ônibus. "Não existe tarifa zero com R$ 5 bi de subsídio. Quero que eles coloquem um preço justo, sem subsídio.”
Sobre Pablo Marçal, Datena lembrou que precisou se afastar das suas funções como apresentador para disputar as eleições, enquanto o candidato do PRTB continuou exercendo sua posição de influencer digital e que isso era uma falha da justiça eleitoral. "Eu como jornalista tenho que me afastar quatro meses do meu trabalho e ele que é comunicador na internet ganha cada vez mais espaço. É injusto."