De R$ 0 a R$ 169,5 milhões: saiba o patrimônio dos candidatos à Prefeitura de SP

Dez candidatos foram registrados no Tribunal Superior Eleitoral; cadastro encerrou nesta quinta-feira, 15

13 ago 2024 - 05h00
(atualizado em 16/8/2024 às 00h38)
Altino Prazeres (PSTU), Bebeto Haddad (DC), Datena (PSBD), Guilherme Boulos (PSOL), João Pimenta (PCO), Maria Helena (Novo), Pablo Marçal (PRTB), Ricardo Nunes (MDB), Ricardo Senese (UP) e Tabata Amaral (PSB)
Altino Prazeres (PSTU), Bebeto Haddad (DC), Datena (PSBD), Guilherme Boulos (PSOL), João Pimenta (PCO), Maria Helena (Novo), Pablo Marçal (PRTB), Ricardo Nunes (MDB), Ricardo Senese (UP) e Tabata Amaral (PSB)
Foto: Montagem: Paulo Iannone/Divulgação Sindicato Metroviários SP; Divulgação; Aloisio Mauricio/FotoArena/Estadão Conteúdo; Ricardo Matsukawa/Especial para o Terra; Divulgação; Reprodução/Instagram/@marinahelenabr; Felipe Rau/Estadão Conteúdo; Werther Santana/Estadão Conteúdo; @ricardosenese.up via Instagram / Estadão; Felipe Rau/Estadão Conteúdo

A cidade de São Paulo conta com dez candidaturas registradas no no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ao cargo de chefe do Executivo, segundo dados checados nesta sexta-feira, 16. Nesse processo, a declaração patrimonial é um dos requisitos obrigatórios para concorrer às eleições – e, neste ano, os bens dos candidatos vão de R$ 0 (sem bens a declarar) a R$ 169,5 milhões.

Conforme apurado pelo Terra, em ordem alfabética, estão registrados: Altino Prazeres (PSTU), Bebeto Haddad (DC), Datena (PSBD), Guilherme Boulos (PSOL), João Pimenta (PCO), Marina Helena (Novo), Pablo Marçal (PRTB), Ricardo Nunes (MDB), Ricardo Senese (UP) e Tabata Amaral (PSB). 

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A Justiça Eleitoral aceitou registros de candidaturas até essa quinta-feira, dia 15 de agosto. A partir desta sexta-feira tem início o período eleitoral – com a liberação de propagandas. Até a publicação desta matéria, todas as candidaturas citadas seguem 'aguardando julgamento'.

Entre os candidatos, o maior patrimônio é de Pablo Marçal, que declarou R$ 169,5 milhões. O valor foi alterado nesta quinta-feira, 15 -- e foi reduzido, pois, antes, havia declarado R$ 193,5 milhões. O valor é mais de duas vezes maior que a soma dos patrimônios declarados por todos os demais candidatos (que dá R$ 61.366.386,16).

José Luiz Datena que, até então, foi o último a oficializar seu registro, aparece como o segundo mais rico, com patrimônio de R$ 38.301.790,28. A maior fatia de seu patrimônio é voltada a planos de previdência Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL), que acumula R$ 25,7 milhões. Seu registro ficou disponível na manhã desta terça-feira, 13.

A terceira mais rica é Marina Helena, com R$ 9,7 milhões. Ela não é estreante na política, mas, após solicitação feita por ela, teve seus dados financeiros apagados do DivulgaCand, que tem como princípio dar transparência às informações dos candidatos. O registro que se tinha era de que ela acumulava R$ 8,4 milhões em 2022.

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Bebeto Haddad, que foi um dos últimos a registrar a candidatura, concorre pelo Democracia Cristã (DC) e conta com R$ 6,9 milhões em bens. A maior parte é devido a terrenos. 

Até que Ricardo Nunes, atual prefeito de São Paulo, aparece na sequência com a bolada de R$ 4,8 milhões. Entre os candidatos, ele é o que participou de mais corridas eleitorais. A primeira vez que se candidatou foi em 2012, quando foi eleito vereador de São Paulo; na época, ele já acumulava R$ 4,2 milhões.

No caso de Tabata Amaral, até a noite de segunda-feira, 12, seus bens declarados somavam R$ 556.700,29, valor exatamente igual ao declarado em 2022, quando ela foi eleita deputada federal. Já nesta terça-feira, 13, o valor foi alterado para R$ 807.841,11. O Terra questionou a assessoria da candidata sobre a situação e foi informado que a situação se tratou de um "erro do departamento jurídico".

Já o candidato com menor patrimônio é João Pimenta, do Partico da Causa Operária (PCO), que não tem bens a declarar. Pimenta foi o último a ter a candidatura refletida no DivulgaCand. Antes dele entrar no cenário, o menor patrimônio era do candidato do PSOL, Guilherme Boulos, que declarou R$ 199,5 mil – um aumento de R$ 178 mil de 2022 para 2024.

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As eleições municipais de 2024 acontecem no dia 6 de outubro, o primeiro domingo do mês. Já o segundo turno, se for o caso, deve acontecer no último domingo de outubro, no dia 27. 

A seguir, confira detalhes do patrimônio de cada um dos candidatos:

Altino Prazeres (PSTU)

O metroviário Altino Prazeres (PSTU) registrou sua candidatura em SP e declarou patrimônio de R$ 385 mil.
Foto: Paulo Iannone/Divulgação Sindicato Metroviários SP / Estadão

Altino de Melo Prazeres Junior é candidato à Prefeitura de São Paulo pelo Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU). O metroviário declarou um patrimônio de R$ 385 mil, referente a 50% de um imóvel.

Em 2022, Altino tentou ser governador do Estado, mas não foi eleito. Na época, declarou R$ 192,5 mil. Já em 2016, tentou a candidatura à prefeitura pela primeira vez – e também não foi eleito. Na ocasião, informou ao TSE não ter bens a declarar.

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Bebeto Haddad (DC)

Foto: Divulgação

Alberto Felippe Haddad Filho é candidato pelo Democracia Cristã (DC) e oficializou sua candidatura no último dia do prazo, declarando R$ 6,9 milhões de patrimônio. 

A maior parte de seus bens são devido a terrenos -- sendo dois deles de valores milionários, R$ 3,5 milhões e R$ 2,4 milhões.

O valor é expressivamente maior do que o declarado pelo candidato em 2010, quando ele foi candidato a Deputado Estadual e entrou como suplente. Na época, ele declarou R$ 367,8 mil. 

Datena (PSBD)

José Luiz Datena (PSDB) é candidato a prefeito de São Paulo
Foto: ALOISIO MAURICIO/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO

José Luiz Datena oficializou pela primeira vez sua candidatura à Prefeitura de São Paulo, pelo Partido Da Social Democracia Brasileira (PSBD). Em seu registro junto à Justiça Eleitoral, declarou  R$ 38.301.790,28 em bens.

A maior fatia de seu patrimônio é voltada a planos de previdência Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL), que acumula R$ 25,7 milhões. Mas ele também soma R$ 12.472.354,29 em terrenos, casas e outros bens imóveis. Em demais investimentos há R$ 100,5 mil.

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Guilherme Boulos (PSOL)

Guilherme Boulos
Foto: Ricardo Matsukawa/Especial para o Terra

Guilherme Castro Boulos é representado pela coligação federal Amor por São Paulo, constituída pelo ‘Sol Rede’ (PSOL e Rede) e pela federação ‘Brasil da Esperança’ (PT, PC do B, PV e PDT). Na tentativa de conquistar o cargo de chefe do Executivo de São Paulo, declarou R$ 199.596,87

Os bens são de um carro, um Celta 2009/2010 (R$ 15.146), 50% dos direitos de uma casa e seu respectivo terreno (R$ 171.758) e de aplicações e depósitos bancários (somando R$ 12.692,87).

Em 2022, quando foi eleito deputado federal por São Paulo, declarou R$ 21 mil. Já em 2020, quando tentou ser prefeito da cidade pela primeira vez, contabilizava R$ 15.995 em bens. O valor é similar a quando concorreu à Presidência do Brasil em 2018, quando declarou R$ 15.416.

João Pimenta (PCO)

Foto: Divulgação

João Jorge Caproni Costa Pimenta é o representante do Partido da Causa Operária (PCO). Em 2022 ele tentou se eleger como Deputado Federal, mas não foi eleito. Nas duas situações, não teve bens a declarar. 

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Maria Helena (Novo)

Foto: Reprodução/Instagram/@marinahelenabr

Maria Helena Cunha Pereira Santos, candidata do Novo, declarou R$ 9.705.860,81. A maior parte de seu patrimônio está aplicado em dois imóveis, que somam quase R$ 8 milhões (R$ 7.991.366,99). Já em investimentos diversos, Maria possui R$ 1,7 milhões.

Em 2022, ela tentou ser deputada federal, mas a eleição não aparece no histórico do portal DivulgaCand, do TSE, que tem como princípio dar transparência às informações dos candidatos. Isso porque a candidata acionou a Justiça Federal para que seus dados fossem retirados do sistema, alegando que as informações poderiam afetar sua segurança. Segundo resgatado pela Folha de S.Paulo, na época, ela havia declarado R$ 8,67 milhões.

Pablo Marçal (PRTB)

Marçal durante debate na Band São Paulo
Foto: Divulgação/Band

Pablo Henrique Costa Marçal, que concorre à Prefeitura de São Paulo pelo Partido Renovador Trabalhista Brasileiro, declarou o montante de R$ 169,5 milhões. Esse valor foi atualizado na quinta-feira, 15. Antes, inicialmente, o candidato havia listado R$ 193.503.058,17 em bens.

No montante há terrenos, bens imóveis, um espaço comercial, participações em empresas e investimento diversos. Porém, como mostrado pelo Terra, ele manteve a omissão de cerca de R$ 22,3 milhões à Justiça Eleitoral. Esse montante é referente a 'contas erradas' que minimizaram seus bens e também considera duas empresas que Marçal é sócio-administrador, que ficaram de fora da lista. 

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No patrimônio de Marçal, não constam seus carros de luxo, que frequentemente são mostrados pelo coach e empresário. Em nota ao Terra, sobre a questão, a campanha de Marçal disse que “todos os veículos e bens estão registrados em suas respectivas empresas como parte de uma estratégia de proteção patrimonial, uma prática amplamente adotada por grandes empresários”. 

Além disso, reforçou que o patrimônio declarado em nome do candidato ‘pessoa física’ representa menos de 3% do total global do grupo empresarial que ele faz parte. A reportagem questionou qual é esse patrimônio total, mas não obteve resposta até a publicação desta matéria. O espaço continua aberto.

Em 2022, Marçal tentou ser deputado federal e, também, candidato à Presidência pelo partido PROS. Consta que ele foi inapto nas duas situações. Nas ocasiões, ele declarou R$  88.441.467,08 e R$ 96.942.541,15, respectivamente.

Ricardo Nunes (MDB)

O prefeito Ricardo Nunes (MDB) recebe apoio de lideranças do PSDB ligadas ao ex-governador João Doria e o ex-prefeito Bruno Covas
Foto: Alex Silva/Estadão

Ricardo Luis Reis Nunes, que concorre à reeleição com apoio da coligação ‘Caminho Seguro pra São Paulo’ (PP, MDB, PL, PSD, Republicanos, Solidariedade, Pode, Avante, PRD, Agir, Mobiliza, União), declarou R$ 4.843.350,91.

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A maior parte de seu dinheiro está envolvida em investimentos diversos, que representam R$ 3,1 milhões. Além disso, ele conta com R$ 694,7 mil em terrenos, R$ 862 mil em imóveis e R$ 175,6 em um trator agrícola.

Ricardo Nunes está na política desde 2012, quando foi eleito vereador de São Paulo. Na época, ele declarou R$ 4.248.354,47. Depois: 

  • Em 2014, tentou ser deputado federal, mas não conseguiu (e declarou R$ R$ 4.249.681,27); 
  • Em 2016, foi vereador novamente (e declarou R$ R$ 4.505.337,23);
  • Em 2018 foi deputado federal suplente (e declarou R$ 4.546.184,43);
  • E, por fim, foi eleito vice-prefeito – e depois assumiu a prefeitura – em 2020 (e declarou R$ 4.836.716,54, seu maior patrimônio ao longo dos últimos anos).

Ricardo Senese (UP)

Ricardo Senese, pré-candidato pela UP, foi detido após confronto com a PM na Alesp no dia de votação do projeto de privatização da Sabesp.
Foto: @ricardosenese.up via Instagram / Estadão

Ricardo Senese é candidato pela Unidade Popular e declarou R$ 444.087,00. Seu patrimônio consiste em um carro Fiat Uno 2015 de R$ 39.087 e uma aplicação de renda fixa em R$ 405 mil. 

Ele é operador de transporte metroviário e tenta se candidatar na política pela primeira vez.

Tabata Amaral (PSB)

Deputada federal Tabata Amaral
Foto: Gilmar Félix/Câmara dos Deputados

Tabata Cláudia Amaral de Pontes tenta se tornar chefe do Executivo de São Paulo pelo Partido Socialista Brasileiro. Na segunda-feira, 12, quando registrou sua candidatura, seus bens declarados somavam R$ 556.700,29 -- valor exatamente igual ao declarado em 2022, quando ela foi eleita deputada federal.

Já nesta terça-feira, o montante foi atualizado no portal da Justiça Eleitoral para R$ 807.841,11. Ele é composto por aplicações, investimentos e depósito bancário. Tabata não declarou imóveis ou veículos.

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Ainda na segunda, o Terra entrou em contato com a assessoria da candidata para entender o motivo de seu partrimônio declarado ter sido o mesmo do ano eleitoral anterior, mas não obteve retorno. Na terça, com a alteração no sistema, a reportagem solicitou novamente um posicionamento sobre a questão e foi informada que a situação se tratou de um erro do departamento jurídico.

"O departamento jurídico cometeu um erro ao declarar o patrimônio da candidata Tabata Amaral utilizando informações desatualizadas. Ao identificá-lo, retificamos imediatamente. O tempo de atualização foi devido à demora do site DivulgaCand, conforme o protocolo em anexo. Os dados estão atualizados", informou.

Em 2019, quando também foi eleita deputada federal, seu patrimônio era de R$ 122.942,98.

A matéria foi atualizada ao longo dias que antecederam 15 de agosto, data final para o registro de candidaturas.

Fonte: Redação Terra
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