Apesar da derrota na disputa pelo governo de São Paulo, a postura de Fernando Haddad (PT) era de comemoração neste domingo, 30, por causa da vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na corrida presidencial. "Pensem em um homem feliz, pensem em um homem realizado. Porque, quem viveu 2018, todos sabem a dor que foi aquele dia fatídico", disse, em menção à derrota para Jair Bolsonaro (PL), quando disputou a Presidência há quatro anos.
Tarcísio de Freitas (Republicanos) foi eleito governador de São Paulo com 13,4 milhões de votos (55,2%). Haddad teve 10,9 milhões de votos (44,7%).
"Eu acredito na democracia. Democracia é reconhecimento do resultado, é desejar muita sorte para quem ganhou a eleição", afirmou.
Haddad também destacou o resultado do partido no interior de São Paulo e se mostrou otimista com o futuro do PT no Estado. "Eu agradeço o interior de São Paulo porque o interior veio conosco em grande medida, muita gente do interior jamais apertou 13 na vida e nessa eleição apertou. É o começo de um namoro. Vamos conquistar esse povo", disse. O PT nunca governou o Estado de São Paulo.
O petista também agradeceu pelo resultado conquistado na capital, onde foi prefeito entre 2013 e 2016. "Fiquei feliz em ver o mapa da capital (paulista) todo vermelhinho. Nós tivemos vitórias em bairros que nunca ganhamos", afirmou.
Vitória de Lula
Questionado sobre a possibilidade de integrar o governo Lula em algum ministério, o candidato desconversou, mencionando que o petista terá liberdade para montar a sua equipe. "Nunca conversei com o Lula sobre a possibilidade de perder as eleições em São Paulo", justificou.
Marina Silva (Rede-SP) estava presente durante o pronunciamento de Haddad, junto com outros deputados federais eleitos por São Paulo, como Guilherme Boulos (PSOL), Érica Hilton (PSOL), Alexandre Padilha (PT) e Paulo Teixeira (PT). Também estavam presentes a vice na chapa petista Lúcia França (PSB), a esposa de Haddad, Ana Estela, Luiz Marinho, presidente estadual do PT, o deputado estadual eleito Eduardo Suplicy (PT-SP) e o secretário nacional de comunicação do partido, Jilmar Tatto.
Haddad ainda agradeceu o apoio do vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) e de Márcio França (PSB) na campanha. "Nas regiões mais difíceis ele estava lá", disse sobre o apoio de Alckmin na conquista de votos no interior do Estado, antes de seguir para o hotel onde Lula fez seu pronunciamento de vitória.
Campanha
O ex-prefeito da capital paulista começou a campanha liderando as pesquisas de intenção de voto, mas não viu o resultado refletido nas urnas no primeiro turno. O petista teve 35,7% dos votos, ante 42,32% de Tarcísio de Freitas.
A campanha de Haddad na primeira etapa da disputa focou as críticas no governador Rodrigo Garcia (PSDB), apostando em emular a polarização nacional com Tarcísio, apadrinhado político do presidente Jair Bolsonaro (PL). A estratégia chegou a sofrer críticas internas do partido.
Na reta final de campanha no segundo turno, Haddad ganhou fôlego, mas não o suficiente para uma virada sobre Tarcísio.