Os candidatos à Presidência Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) baixaram o tom das acusações pessoais e fizeram um debate com mais propostas neste domingo na TV Record. As denúncias de corrupção foram menos exploradas pelos candidatos do que a comparação de governos dos dois partidos.
Depois de o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) começar a agir para conter o baixo nível da campanha, a diferença de projetos voltou ao jogo eleitoral. Dilma abriu com uma pergunta sobre valorização do microempreendedorismo, enquanto Aécio optou por usar a violência como primeiro tema. Nesse ponto, a petista tentou explorar dados de violência em Minas Gerais, e Aécio disse que ela tinha “problema com números”, citando estatísticas nacionais. No tema da economia, Dilma lançou no debate as leis trabalhistas; o tucano explorou a inflação.
Foi Aécio quem iniciou o debate sobre corrupção ao citar que o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, acusado pelo ex-diretor da Petrobras de ser operador do partido no esquema, integra o conselho da Itaipu. “A senhora confia no tesoureiro de seu partido?”, questionou Aécio. Dilma adotou o discurso de não esconder as irregularidades e prometer a investigação. "Eu sei que há indícios, mas não sei quem foi ou quanto foi (o valor desviado). Assim que as informações forem divulgadas irei investigar", disse, sem responder diretamente a indagação do tucano.
Nos intervalos, petistas disseram que Aécio partiu para o ataque, evitando o debate propositivo. “O candidato voltou aos assuntos de sempre. A presidente manifestou a disposição de fazer o debate e ele resiste a isso”, disse o presidente do PT, Rui Falcão.
O vice de Aécio, Aloysio Nunes (PSDB), reconheceu que Dilma estava mais tranquila por, segundo ele, ter exagerado nos ataques nos encontros anteriores. “A presidente veio mais maneira. No debate anterior, ela veio chutar o pau da barraca e ela viu que o tiro saiu pela culatra”, disse.
Frases de Dilma e Aécio provocam risos da plateia
Frases de efeito de Dilma e Aécio provocaram animaram a plateia composta por assessores e políticos aliados. O tucano fez até o vice da petista e presidente do PMDB, Michel Temer, sorrir quando parou sua resposta para mandar “um abraço” para o candidato ao governo do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori (PMDB). O peemedebista, adversário do governador Tarso Genro (PT), resolveu apoiar Aécio Neves no Estado.
Algumas falas de Dilma também geraram gargalhadas na plateia. “Candidato, você é engraçado”, disse a petista, quando o tucano decidiu discutir gestão na Petrobras. Em outra ocasião, quando Aécio decidiu debater a gestão de bancos públicos com a petista, Dilma disse que ficaria com “três pulgas atrás da orelha” com o adversário caso fosse funcionaria da Caixa Econômica Federal ou do Banco do Brasil.