Em coletiva de imprensa no Palácio do Alvorada, a presidenta Dilma Rousseff (PT) disse que os estudantes que não se dedicam ao Programa Ciência sem Fronteiras (CsF) são minoria. "Os que fizerem isso são pessoas que estão desmerecendo o País, lamentavelmente", afirmou. "Isso não é significativo em relação aos que estão lá", acrescentou.
Dilma referia-se à matéria publicada pela Agência Brasil sobre uma reclamação feita pela Universidade de Southampton, no Reino Unido. Um email enviado aos alunos pela Science without Borders UK, parceira internacional do programa no Reino Unido, dizia que a instituição cogitou "deixar de oferecer estágios para estudantes no futuro" pela falta de dedicação dos brasileiros. O estágio é um componente central da bolsa e também um elemento obrigatório.
A presidenta também comentou a volta de estudantes que não obtiveram a nota mínima de fluência em inglês em curso financiado pelo governo no exterior. Em abril deste ano, 110 alunos foram excluídos do CsF. "A universidade controla se ele está cumprindo o roteiro dele. Se não passar em inglês, volta sim para cá. Por que vai ficar lá?"
O CsF foi lançado em 2011 com o objetivo de promover a mobilidade internacional de estudantes e incentivar a visita de jovens pesquisadores altamente qualificados e professores seniores ao Brasil. Ele oferece bolsas, prioritariamente nas áreas de ciências exatas, matemática, química, biologia, das engenharias, das áreas tecnológicas e da saúde. A meta é oferecer 101 mil bolsas até o final deste ano.
Dilma defendeu o programa, que é uma das principais ações de sua política educional. "Uma das formas do país estreitar as diferenças entre a educação dada nos países desenvolvidos e a nossa é colocando os nossos estudantes por mérito, por mérito, para estudar no exterior. Ninguém nunca tinha colocado 101 mil estudantes no exterior". Antes de cumprir a meta, a presidenta anunciou uma segunda etapa do programa, que terá mais 100 mil bolsas a serem implementadas até 2018.