A presidente e candidata à reeleição pelo PT, Dilma Rousseff, disse nesta segunda-feira que há uma exploração eleitoreira da investigação de um suposto esquema de lavagem de dinheiro e corrupção envolvendo a Petrobras. Em entrevista no Palácio da Alvorada, Dilma afirmou que os candidatos Marina Silva (PSB) e Aécio Neves (PSDB) “não podem esquecer seus telhados”.
“Hoje há (exploração eleitoreira). Até porque os dois candidatos não podem esquecer seus telhados. Eu não vou ficar aqui falando de ninguém, mas eles devem olhar seus telhados. O meu telhado tem a firme determinação na investigação. Então ele é um telhado cobertinho pela Polícia Federal investigando, Ministério Público com autonomia”, disse a presidente.
Reportagem da revista Veja do fim de semana informou que o ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, que está preso, delatou um esquema de corrupção na estatal. Segundo ele, 3% de contratos firmados entre a Petrobras e empreiteiras seriam repassados a políticos do PT, PMDB e PP. Entre os citados estão os presidentes da Câmara e do Senado, Henrique Eduardo Alves e Renan Calheiros, além do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão. Todos negam as acusações.
Dilma disse ter pedido ao Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, para tentar obter, junto à PF, detalhes da denúncia contra o ministro. O ex-diretor da Petrobras prestou depoimento na possibilidade de receber redução de pena, e o processo tramita em sigilo. Segundo Dilma, a primeira resposta da corporação foi insuficiente.
“Se falarem para você que tem um problema em sua casa, você vai querer saber o que tem. Disseram que tem um problema dentro da Petrobras, o problema está sendo investigado. Agora falaram que tem um problema no governo, e eu preciso saber quem, como, onde e por quê”, disse.
Dilma disse que a ordem dada a Cardozo é para procurar o Ministério Público e o Supremo Tribunal Federal (STF), caso a PF não dê respostas suficientes.
Rossetto na campanha
Dilma chamou de "mentira" a informação de que a entrada de Miguel Rossetto na campanha teria sido motivada pelo escâdalo. O petista deixou o Ministério do Desenvolvimento Agrário nesta segunda-feira para ajudar na corrida pela reeleição.
"Isso é uma mentira, uma inverdade. O Rossetto está na coordenação de campanha porque foi decidido antes desse evento. Ele é experimentado, foi vice-governador do Rio Grande do Sul. Ele é muito próximo de mim", disse.