A presidente e candidata à reeleição, Dilma Rousseff (PT), disse neste domingo, em São Paulo, que ninguém sabe o valor dos desvios de dinheiro na Petrobras e quem cometeu os crimes.
A líder petista evitou comentar a denúncia de que a campanha de sua ex-ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann teria recebido R$ 1 milhão em 2010 de um esquema de corrupção da estatal e voltou a dizer que vai trabalhar para ressarcir os cofres públicos.
“Os indícios são claros de que houve o desvio, se não, não teria havido delação premiada, nem essa investigação. Eu não sei quanto, nem quem. Porque até agora o que nós temos são vazamentos. Não se sabe se os vazamentos são efetivos ou não são efetivos, se foram só essas pessoas”, disse a presidente, em entrevista em um hotel em São Paulo.
“Agora, uma parte importante da minha declaração é que vou tomar todas as medidas para garantir o ressarcimento para que quem desviou dinheiro seja punido e para que esse dinheiro reverta para a Petrobras”, acrescentou.
Perguntada por que teria usado um vazamento da delação premiada para confrontar seu adversário, Aécio Neves (PSDB), no último debate presidencial no SBT, Dilma disse que não tem “evidências” sobre as denúncias, entre elas a de que o ex-presidente do PSDB, Sérgio Guerra teria recebido propina para esvaziar uma CPI em 2009.
Ela afirmou que apenas queria saber se Aécio daria o mesmo tratamento a petistas e tucanos citados.
“Eu disse o seguinte: veja você, candidato, agora o vazamento foi para o Sérgio Guerra. o mesmo tratamento que você dá a algumas pessoas do PT você vai dar ao Sérgio Guerra?”, questionou. “Se os vazamentos são pertinentes, todo mundo está comprometido. Eu não acredito que vazamento, se eu não posso saber o que foi revelado na delação premiada, por que alguém pode?”, continuou a presidente.
Pronatec
Dilma usou grande parte de seu pronunciamento à imprensa para rebater uma reportagem do jornal Folha de S.Paulo sobre o Pronatec, programa de formação de técnicos considerado uma vitrine do governo. O jornal, com base em uma auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU) apontou que não é possível precisar se os alunos de fato assistem às aulas.
A presidente negou irregularidades no Pronatec e defendeu aperfeiçoar a fiscalização. “A Controladoria esclareceu que os cursos são fiscalizados e que nós temos de aperfeiçoar a fiscalização, e que não há nenhuma irregularidade”, disse.
Desmatamento
Na entrevista, Dilma também disse que os dados de desmatamento no Brasil não cresceram, ao contrário do que divulgou a ONG Imazon. Segundo ela, a instituição tem divulgado números diferentes dos do governo. “Nós não estamos aguardando um número maior.”
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