Dilma nega ajuda do Planalto para elaborar perguntas de CPI

6 ago 2014 - 14h02
(atualizado às 15h39)
<p>Presidente Dilma Rousseff durante cerimônia no Palácio do Planalto em Brasília</p>
Presidente Dilma Rousseff durante cerimônia no Palácio do Planalto em Brasília
Foto: Ueslei Marcelino / Reuters

A presidente Dilma Rousseff negou nesta quarta-feira que assessores do Palácio do Planalto tenham articulado a elaboração de perguntas para depoentes da CPI da Petrobras. Em entrevista após evento com os principais candidatos a presidente, em Brasília, Dilma disse que a Presidência não é "expert" em petróleo e gás e sugeriu que apenas técnicos do setor tem capacidade de tratar sobre o tema.

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Segundo reportagem da Folha de S.Paulo publicada nesta quarta, o secretário-executivo da Secretaria de Relações Institucionais, Luiz Azevedo, ajudou a elaborar o plano de trabalho da CPI, aprovado em maio, que incluía um roteiro para investigação e sugestões e perguntas. Dilma demonstrou irritação ao ser questionada sobre o tema, após sabatina da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil.

"Eu acho extraordinário, primeiro porque o Palácio do Planalto não é expert em petróleo e gás. Queria saber quem elabora perguntas sobre petróleo e gás para a oposição também. Não é o Palácio do Planalto e não é a sede de nenhum partido”, disse a presidente. "Acho estarrecedor que seja necessário alguém de fora da Petrobras formular perguntas para ela”, afirmou, sem deixar claro seu raciocínio.

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Questionada por uma jornalista sobre a possibilidade do Tribunal de Contas da União (TCU) bloquear os bens da presidente da Petrobras, Graça Foster, dentro do processo que investiga a compra da refinaria de Pasadena, Dilma evitou comentar o assunto antes do julgamento. “Você já julgou, querida? Se você julgou, eu te agradeço por não fazer isso. Acho que se não houve julgamento não se gera constrangimento nenhum”, perguntou a presidente, visivelmente nervosa.

Dilma acredita que cumprirá meta de superávit do início do ano

A presidente Dilma Rousseff naturalizou nesta quarta-feira as flutuações do superávit primário, poupança do País para pagamento da dívida pública. Em evento na Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, Dilma disse acreditar que o governo vai conseguir cumprir a meta de economizar 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB – soma de todas as riquezas produzidas no País) – este percentual foi estabelecido no início do ano, mas já foi revisto.

“É normal que haja momentos de flutuação do superávit primário, então nós acreditamos que teremos condições de cumprir o superávit primário previsto no início do ano”, limitou-se a dizer a presidente, sem apresentar mais detalhes.

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O governo tem enfrentado dificuldades para atingir a meta de economia para pagamento de juros da dívida. No início do ano, a meta era de 1,9% do PIBe o governo fez uma revisão para 1,5%. Devido a baixa arrecadação e grandes desonerações fiscais, no recorte de 12 meses até junho, o superávit primário brasileiro ficou em 1,36% do PIB.

Presidente defende políticas e pede fim de trabalho escravo

Durante a sabatina na CNA, a presidente Dilma Rousseff defendeu políticas de seu governo e assumiu o compromisso de melhorar os investimento da defesa agropecuária, que segundo ela, está aquém do esperado. "Em 2006, lembro que alguns laboratórios de excelência estavam sucateados. Acredito que a modernização da rede de laboratórios é crucial para que a gente tenha uma política comercial agressiva para esta área", disse.

Durante a sabatina, Dilma disse que as propostas do agronegócio são contempladas pelo seu programa de governo e fez uma defesa pelo fim do trabalho escravo. "É uma chaga a ser exterminada no nosso País", disse.

Em entrevista no fim do evento, a candidata a reeleição disse considerar a demarcação de terras indígenas como um desafio do governo e rebateu críticas de ter atuado pouco na desapropriação de terras para reforma agrária. "Se você somar o que o meu governo e do presidente Lula fizeram de reforma agrária, nós fizemos a maior reforma agrária deste País", disse.

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Dilma descarta elevar Cide sobre gasolina para favorecer etanol

Em entrevista coletiva, a presidente Dilma Rousseff, candidata pelo PT à reeleição, descartou a ideia de favorecer o setor do etanol pode meio do aumento da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) sobre a gasolina. Dilma apontou ações já em curso pelo governo federal para estimular o setor, como o estudo para ampliar de 25% para 27,5% a quantidade de álcool anidro adicionado à gasolina, por exemplo.

Coligações e tempo de TV

“Aumentar a Cide para qualquer setor impacta na arrecadação de tributos. Há que se justificar a Cide para qualquer coisa. A política da Cida para o etanol precisa ser bastante clara”, disse. “Acredito que a estrutura de financiamento mais favorável ao etanol vai garantir a expansão da sua competitividade.”

Dilma vai à sabatina com seis ministros

Dilma voltou a levar ministros para uma sabatina em Brasília, mesmo tendo sofrido críticas na semana passada, quando foi a um evento da Confederação Nacional de Indústria (CNI) com auxiliares. Além do vice-presidente Michel Temer, estiveram presentes na CNA os ministros Neri Gheller (Agricultura), Aloizio Mercadante (Casa Civil), Thomas Traumann (Comunicação Social), Izabella Teixeira (Meio Ambiente), Garibaldi Alves (Previdência) e Vinícius Lage (Turismo).

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Coligações partidárias: Dilma, Aécio e Eduardo Campos

Fonte: Terra
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