A presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, negou neste domingo (14) que esteja atacando a candidata pelo PSB, Marina Silva. Dilma afirmou que diverge da adversária e que isso é normal na democracia.
"Acho que a campanha tem que ser do mais alto nível. Considero alto nível discutir proposta. Ninguém pode se dar por satisfeito por não discutir proposta. Não tenho atacado, eu divirjo. Isso é democracia. Uma eleição é onde se debate", afirmou.
A presidente concedeu uma entrevista coletiva no Palácio da Alvorada, e afirmou que chegou a ficar indignada quando Marina disse que o PT havia colocado o ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa para "assaltar" a estatal durante 12 anos.
"Tive um momento de indignação quando a candidata se referiu ao que foi feito pelo PT na Petrobras em 12 anos. Primeiro que ela foi do PT [por] 27 anos. Dos 12, ela esteve no ministério ou na bancada do partido em oito. [...] Houve um ataque que não acho que foi um ataque político. Não tenho nenhum problema em discutir o que está no programa da candidata. Não cabe a gente se vitimizar. Enquanto o debate for político e não disser respeito à honra e a características pessoais de ninguém, que se dê o debate e falem de projetos, que é da democracia", afirmou.
A presidente voltou a dizer, como havia feito no sábado (13), que um presidente deve saber suportar críticas e "segurar a barra". "Se você não tiver coluna vertebral, não aguenta. Não tem coitadinho na Presidência. Se for coitadinho, não aguenta. A vida é dura", afirmou.
Dilma reafirmou ainda que é contra a independência do Banco Central e que isso tornaria a órgão um "quarto poder", como o Executivo, Legislativo e Judiciário. “Independência é uma coisa, autonomia é outra. Independência é poder. Isso vai soar muito agressivo no ouvido de todo mundo que defende independência. E aí, o quarto poder não pode ser os bancos”.
A presidente também foi questionada sobre o depoimento do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa na CPI, na próxima quarta-feira. Ela disse que não tem "nenhuma expectativa" sobre o depoimento.
"Eu acho que esse é o tipo da decisão [convocar Costa para depor] que o Executivo não tem que se meter. Se foi decido que ele vai, deve ir. Não temos nenhuma expectativa com relação a isso."
Com informações da Agência Brasil.