A candidata do PT à reeleição para a presidência da República, Dilma Rousseff, explicava calmamente sua tática de que “eu não priorizei nenhum candidato” no último debate presidencial promovido pela TV Globo, quando ouviu da produção: “a senhora tem mais um minuto, presidente”. Prontamente, Dilma rebateu: “para quê?”.
Ciente de que o tempo para cada candidato após o embate entre sete candidatos à República deveria ter exatos cinco minutos, ela resolveu quebrar o protocolo global: “isso aqui é uma coletiva de imprensa, pelo amor de Deus”.
Ela deixou ainda de lado as explicações sobre a pergunta se teria priorizado mais o candidato tucano Aécio Neves para ironizar o pedido da emissora. “Isso virou uma febre. Daqui a pouco minha filha vai me perguntar como eu estou e vai dizer que tenho 30 segundos para responder”, disse, arrancando risos da plateia.
Notoriamente uma das candidatas que tem maior dificuldade no controle do tempo para as suas respostas ao longo de todos os debates realizados, a presidente seguiu em frente estourando o tempo de resposta regulamentar.
Ao complementar a indagação de um profissional de imprensa sobre a ideia da rival Marina Silva (PSB) de lançar um décimo terceiro salario para o programa Bolsa Família, enaltecendo dados próprios de que “o programa piloto (que Aécio Neves fala) é para cinco milhões de pessoas. O nosso é para 56 milhões de pessoas”. Foi quando a produtora, possivelmente pressionada, pediu para Dilma encerrar.
“Daqui a pouco vão falar na novela que você tem dois minutos para o beijo”, voltou a ironizar. No início da entrevista, quando não era pressionada contra o relógio, a petista falou ainda sobre sua proposta de tornar crime também eleitoral a prática do caixa 2.
“Caixa 2 não é crime eleitoral, e eu vou transformar nisso, hoje é só (crime) financeiro. É nesse sentido. Além disso, tem mais quatro medidas que eu proponho. Basicamente, a criação de uma estrutura nos tribunais superiores para julgar as pessoas de fórum privilegiado. E aí estou englobando mais três, que é tornar crime todas as ações de servidores públicos que resultarem em enriquecimento sem origem definida. E variantes disso”, sugeriu.