A presidente Dilma Rousseff tentou disseminar otimismo em relação à economia na primeira reunião com os presidentes de partidos que compõem sua aliança para a reeleição em outubro, realizada nesta terça-feira no Palácio da Alvorada.
Segundo relato dos líderes presentes, Dilma ressaltou que, apesar das dificuldades da economia mundial, no Brasil ainda há geração de novos empregos, a renda continua subindo e esses fatores são mais importantes do que o baixo crescimento econômico.
"Nós estamos vivendo num momento de crise mundial e comparados a outros países, o Brasil ainda está melhor, e isso será dito durante a campanha", afirmou o presidente do PCdoB, Renato Rabelo.
Na saída do encontro, que durou aproximadamente duas horas, o vice-presidente da República, Michel Temer, tentou afastar os prognósticos de alguns economistas que acreditam em uma possível recessão técnica no País.
"Isso foi discutido, a questão da economia, e a marca foi de otimismo. Se não vamos ter PIB extraordinário, também não teremos PIB negativo", afirmou ele.
Nesta terça-feira, o governo reduziu suas estimativas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2014 para 1,8%, ante 2,5%. No mercado, já há estimativas de crescimento abaixo de 1%.
Rabelo também falou que os aliados não acreditam na possibilidade de recessão, e foi traçado um quadro bastante otimista em relação à economia durante a reunião, inclusive por Dilma.
Na reunião também ficou acertado que os partidos que compõem a aliança de Dilma se reunirão ao menos quinzenalmente para debater as estratégias da campanha, mas inicialmente esses encontros terão periodicidade semanal.
"Esse fórum será o centro decisório da campanha", disse Rabelo. O deputado Luciano Castro (PR-RR), que representou o presidente do PR, senador Alfredo Nascimento, disse que não foram tomadas decisões estratégicas nesta terça-feira e que a reunião serviu para acertar a dinâmica das discussões que os aliados devem ter nos próximos meses.
Temer, Castro e Rabelo também afirmaram que a grande aposta da campanha para vencer as críticas dos candidatos de oposição e da mídia é o programa eleitoral no rádio e na TV, que começa em agosto.
"A primeira conclusão a que se chegou é que, embora tenhamos um grande espaço, um grande tempo na televisão, eu penso e todos pensamos que será insuficiente para demonstrar tudo aquilo que o governo fez", afirmou Temer.
Dilma tem grande vantagem em relação aos adversários na propaganda de TV. Enquanto ela terá 11min48s para alardear as ações do governo e novas propostas, o candidato do PSDB, senador Aécio Neves, terá 4min31s, e o Eduardo Campos, candidato do PSB, terá apenas 1min49s.
Pesquisa Ibope divulgada nesta terça-feira mostrou a presidente Dilma com 38% das intenções de voto, contra 22% do candidato do PSDB, Aécio Neves, e 8% de Eduardo Campos, do PSB.
A pesquisa encomendada pela TV Globo em parceria com o jornal O Estado de S.Paulo mostrou que Dilma venceria a eleição presidencial em um eventual segundo turno.
Coligações partidárias: Dilma, Aécio e Eduardo Campos