Apesar de costumar manter discrição institucional e não condenar publicamente o julgamento do processo do mensalão, a presidente Dilma Rousseff foi crítica nesta segunda-feira ao comparar o tratamento dado ao esquema petista com o chamado escândalo do valerioduto ou mensalão do PSDB.
“Nessa história da relação com o PT, tem dois pesos e umas 19 medidas. O mensalão foi investigado, mas o mensalão mineiro não”, disse a presidente em sabatina do jornal Folha de S.Paulo, portal UOL, rádio Jovem Pan e SBT. Um dos entrevistadores lembrou que o caso foi investigado, mas ainda não foi julgado, e Dilma não rebateu.
A presidente foi questionada ainda por ter sido testemunha a favor do ex-ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, que hoje cumpre pena, julgado nesse processo. “Fiz isso quando era ministra. Como presidenta, não me manifesto”, afirmou.
Sem citar o PSDB, a presidente afirmou que o processo de investigação do mensalão ocorreu de maneira independente. Ela negou que o governo tivesse feito pressão, interrompido a Justiça ou conversado com o Procurador-Geral da República. Uma crítica comum em rodas petistas sobre a atuação do Ministério Público no governo Fernando Henrique Cardoso é a de que o então procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, engavetava todos os processos contrários ao Executivo federal.
Coligações partidárias: Dilma, Aécio e Eduardo Campos