O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, considerou neste domingo “um milagre” a reeleição da presidente Dilma Rousseff diante do que considerou “golpes” contra a candidatura da petista. Com críticas à última edição da revista Veja, Carvalho disse que o PT derrotou pessoas que plantam o ódio no País.
“É um processo de conspiração permanente. Eu insisto, é um milagre nós termos ganhado essa eleição com todos esses golpes que nós sofremos nos últimos dias. É um milagre da maturidade do povo brasileiro que sabe distinguir entre aqueles que transmitem a informação e aqueles que plantam e semeiam o ódio”, disse o ministro, depois da cerimônia de vitória de Dilma no hotel Royal Tulip, em Brasília.
Para o ministro, Dilma não pegará um país dividido ou propenso a atravessar uma crise política. Carvalho disse ter certeza de que as denúncias atribuídas ao doleiro Alberto Youssef, divulgadas pela revista Veja, são falsas. De acordo com as informações veiculadas, Dilma e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teriam conhecimento de um esquema de corrupção na Petrobras.
“Eu estou tão seguro que isso é falso que não tem crise prevista. Eu vivi 12 anos neste governo, vivi oito anos colado no Lula, mais quatro anos. O que esse bandido está falando e essa revista, que a nosso juízo envergonha a imprensa brasileira, não tem fundamento. Se for esse o nosso problema, não há problema para nós. A presidenta jamais soube, jamais compactuou e nem o presidente Lula. E quem fez erros na Petrobras será punido como todo mundo foi punido neste governo”, disse.
Imprensa vira vidraça em evento
Aliviados com a vitória de Dilma, militantes petistas dispararam contra a imprensa durante a comemoração. A Veja e a Rede Globo foram os principais alvos de cantos dos presentes. O discurso de Dilma chegou a ser interrompido diversas vezes. “O povo não é bobo, abaixo a Rede Globo”, gritaram. Nesse momento, o presidente do PT, Rui Falcão, sussurrou para o público: “a Veja!”.
Para o ministro Gilberto Carvalho, a última capa da revista foi uma tentativa de “golpe midiático”, mas que isso não motivará o governo a fazer mudanças. “Todo mundo está muito revoltado, vocês viram aqui, mas a imprensa tem que continuar livre, continuar criticando o governo, muito. Mas isso aí não é imprensa, é comportamento de quem se transformou em panfletos eleitorais”, opinou. “Não vamos fazer nenhuma loucura e nós mostramos nesses anos o respeito pela liberdade de imprensa.”
O ministro disse que, “passado o susto”, o governo deve convidar a imprensa a fazer uma autocrítica sobre a cobertura da Presidência. “Da mesma forma que fazemos uma autocritica, precisamos convidar os veículos sérios para fazer uma avaliação se o comportamento foi adequado ou não.”