Na Globo, Dilma enfrenta jornalistas e defende economia

22 set 2014 - 09h01
(atualizado às 09h22)

A presidente e candidata à presidência pelo PT, Dilma Rousseff, afirmou nesta segunda-feira que o Brasil está “na defensiva” em relação à crise econômica mundial. Em entrevista ao jornal Bom Dia Brasil da Rede Globo, a candidata à reeleição basicamente respondeu apenas perguntas sobre economia. Em pouco mais de 30 minutos de sabatina, os jornalistas Chico Pinheiro, Miriam Leitão e Ana Paula Araújo interromperam a candidata em diversas oportunidades. Dilma, por outro lado, também atravessava os questionamentos dos entrevistadores pedindo para concluir o raciocínio.

Na entrevista, a petista disse acreditar na retomada do crescimento e, para isso, o atual governo acredita em três colunas: proteger o emprego, o salário e o investimento.

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“Estou construindo a seguinte frase: estamos numa situação em que o Brasil está na defensiva, protegendo emprego, salário e investimento. Porque vamos apostar numa retomada. Nela você muda sua política econômica na defensiva pra ofensiva. Eu posso gastar menos do que estou gastando pra sustentar emprego, salário e investimento. Tem de ver como evolui a crise. Os Estados Unidos evoluindo bem eu acho que o Brasil pode entrar numa outra fase, que precise de menos estímulos. Pode ficar entregue à dinâmica natural da economia e pode, perfeitamente, passar por uma retomada”, afirmou.

Dilma rebate jornalistas ao ser interrompida em sabatina da Globo
Dilma rebate jornalistas ao ser interrompida em sabatina da Globo
Foto: Reprodução

Em algumas perguntas, em vez de Dilma ir direto ao ponto por conta do tempo, a candidata fazia uma longa introdução para depois chegar à resposta dos jornalistas. Em um dos questionamentos, Miriam Leitão disse que a petista “ficava muito tempo na premissa para depois chegar à conclusão”. “Ficou muito tempo na premissa pra chegar na conclusão. A vida é complicada”, rebateu a candidata à reeleição. Além disso, a jornalista econômica também apresentou diversos números em relação à economia mundial, discordados pela presidente.

A sabatina foi aberta com perguntas a respeito do escândalo de corrupção envolvendo a Petrobras. Mais uma vez a candidata foi questionada pelos três jornalistas como não sabia de todo esquema.

“Nós estamos hoje com a Polícia Federal investigando. Temos uma investigação do Ministério Público, temos inclusive um instituto de delação premiada ocorrendo para poder descobrir o que acontece com crimes de corrupção. Eles não são praticados à luz do dia. Tem que ser investigado. Quem descobriu foi a PF ligado ao Ministério da Justiça, um órgão do meu governo. Quem instituiu todos os mecanismos de autonomia da PF foi o governo Lula. Se tiver indício ela vai investigar doa a quem doer. Nós não varremos pra debaixo do tapete.... Investigação não é no sentido jornalístico da palavra, é no sentido de quem produz prova, pra acabar com a impunidade”, afirmou.

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Dilma criticou ainda a candidata do PSB Marina Silva em relação à proposta de tornar o Banco Central independente. Segundo a petista, a adversária pretende criar um "quarto poder" na praça dos Três Poderes. Questionada se a crítica era uma estratégia para deixar os eleitores com medo Dilma negou e disse ser apenas uma forma de "alertar" os brasileiros.

"Tudo o que eu falo está no programa da candidata. A candidata diz: vou tornar o Banco Central independente. Banco Central independente nos termos do Brasil é colocar um quarto poder na praça dos Três Poderes. Aí vai chamar Praça dos Quatro Poderes. Está escrito isso. Mas não é só isso. Ela diz que vai reduzir o papel dos bancos públicos”, disse. "Ela tem um alinhamento claro, uma posição favorável aos bancos, eu não tenho. Sei que são importantes, mas o País precisa de infraestrutura, não sou a favor do desmame da indústria", completou.

Fonte: Terra
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