O PT anunciou neste sábado uma intensa mobilização em centenas de pequenas cidades em uma tentativa de, a oito dias das eleições de 5 de outubro, buscar os votos que permitam a reeleição da presidente Dilma Rousseff sem a necessidade de um segundo turno.
A chamada "Arrancada Final", que pretende colocar militantes nas ruas na última semana de campanha, foi anunciada um dia depois da divulgação de uma pesquisa que mostrou uma forte recuperação das intenções de voto de Dilma tanto para o primeiro quando para o segundo turno.
A pesquisa, na qual a candidata à reeleição ganhou pontos em relação à Marina Silva, sua principal adversária, confirmou a tendência da presidente de conseguir uma ampla vantagem no primeiro turno e abre a possibilidade que possa obter os votos que precisa para ser escolhida sem segundo turno.
Confiante na capacidade de mobilização de seus militantes, a direção do PT convocou seus partidários às ruas e ordenou que os comitês de campanha distribuíssem milhares de bandeiras e todo material eleitoral disponível.
Os partidários já vinham se mobilizando desde sexta-feira, quando as centrais sindicais que apoiam Dilma promoveram dezenas de atos de campanha em defesa dos direitos trabalhistas que, garantem eles, Marina Silva ameaça enfraquecer por sua proposta de flexibilizar a legislação de trabalho para facilitar as contratações.
A mobilização também pode servir para resistir aos possíveis efeitos negativos da divulgação, a poucos dias das eleições, de uma notícia na revista "Veja" que diz que em 2010 Antonio Palocci, na época coordenador da campanha da presidente Dilma Rousseff, solicitou recursos públicos desviados da Petrobras para financiar a candidatura.
Enquanto os candidatos da oposição qualificam a versão como "muito grave" e exigem que seja averiguada, a governante reagiu rapidamente e classificou a informação de "factoide". "É factoide pré-eleitoral da revista Veja", afirmou a presidente sobre a publicação.
A pesquisa que reviveu os ânimos do PT, realizada pelo Instituto Datafolha entre quinta-feira e sexta-feira, é uma das mais ambiciosas, com consultas a 11.474 eleitores em 402 municípios, e prevê que a chefe de Estado será reeleita no segundo turno das eleições de outubro com quatro pontos de vantagem com relação à Marina Silva.
Para o primeiro turno, as intenções de voto de Dilma subiram três pontos em uma semana e se situou em 40%, enquanto as de Marina caíram na mesma proporção, chegando a 27%. Caso ocorra um segundo turno, Dilma venceria com 47% das intenções de voto contra 43% de sua oponente.
Segundo o diretor do Datafolha, Mauro Paulino, Dilma precisa subir outros seis pontos nos últimos oito dias de campanha para garantir sua reeleição sem necessidade de segundo turno.