O dólar tinha leve alta frente ao real nesta terça-feira, à medida que investidores demonstravam cautela ao se posicionarem para a eleição presidencial dos Estados Unidos, enquanto também aguardam o anúncio de medidas de contenção de gastos pelo governo.
Às 9h23, o dólar à vista subia 0,22%, a 5,7960 reais na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento tinha alta de 0,09%, a 5,810 reais na venda.
Na segunda-feira, o dólar à vista fechou o dia com baixa de 1,48%, cotado a 5,7833 reais.
Nesta sessão, as atenções dos mercados globais estavam voltadas para a disputa pela Casa Branca, uma batalha acirrada entre a vice-presidente democrata, Kamala Harris, e o ex-presidente republicano Donald Trump, com os primeiros resultados a serem divulgados ao longo desta madrugada.
Investidores reajustavam suas posições nesta manhã, após impulsionarem o dólar nas últimas semanas quando apostaram fortemente em uma vitória de Trump no pleito. As promessas do republicano, incluindo tarifas, são consideradas inflacionárias, o que elevou os rendimentos dos Treasuries no mês passado.
Pesquisas de opinião recentes, no entanto, reafirmaram o equilíbrio da disputa, com Kamala mostrando força em Estados cruciais, fazendo os agentes financeiros reconsiderarem a possibilidade de uma vitória da democrata.
"Esse movimento de recuperação da Kamala não muda muito o cenário total de que a eleição ainda é muito acirrada, praticamente empatada, impossível de antecipar o seu vitorioso. Mas levou os agentes a desmontarem algumas das suas posições que eles assumiram nas últimas semanas", disse Leonel Mattos, analista de Inteligência de Mercado da StoneX.
Com isso, o índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- caía 0,22%, a 103,700.
Outro evento a ser analisado pelos mercados será a reunião de política monetária do Federal Reserve, que anunciará sua decisão de juros na quinta-feira. Operadores precificam quase totalmente um corte de 25 pontos-base na taxa.
Na contramão de seus pares, o real se desvalorizava ante o dólar, uma vez que investidores demonstravam preocupação com as contas públicas brasileiras, enquanto esperam o anúncio de prometidas medidas fiscais pelo governo.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse na segunda-feira que espera que as medidas possam ser divulgadas ainda nesta semana, afirmando que elas estão "adiantadas".
O mercado também aguarda a próxima decisão do Copom sobre a Selic na quarta-feira, com operadores precificando um aumento de 50 pontos-base na taxa de juros.
Na curva de juros brasileira, as taxas de DI tinham alta, impulsionadas também pelos temores fiscais, apesar da oscilação tímida dos rendimentos dos Treasuries.